Educação e Pesquisa (Dec 2015)
A autoavaliação pode fazer diferença na qualidade da educação: conversando com John MacBeath
Abstract
Resumo Em uma época em que se tornam avassaladoras as influências das avaliações externas de escolas sobre os sistemas nacionais de educação, a escola pública e a qualidade da educação, é premente ouvir um conceituado e autorizado investigador que defende a necessidade de investir crítica e implicadamente em processos de autoavaliação. John MacBeath, professor emérito da Universidade de Cambridge, e consultor de diversos organismos internacionais, designadamente, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Organização Internacional do Trabalho (OIT), tem vasta experiência de trabalho e pesquisa em avaliação de escolas e estudos sobre eficácia e melhoria da escola. Na entrevista, John MacBeath refere-se ao projeto europeu desenvolvido no quadro do Programa Sócrates, denominado Avaliação da qualidade na educação escolar, que levou à construção de um instrumento de autoavaliação, o Perfil de Autoavaliação da Escola (PAVE). A sua defesa da relevância e imprescindibilidade da autoavaliação reside na convicção de que qualquer avaliação tem de ser capaz de compreender a cultura da escola, escutar as vozes dos seus protagonistas – os pais, os alunos e os professores –, dar conta de consonâncias e de discordâncias, o que exige um tempo que um visitante/inspetor externo não tem. Para MacBeath, a escola apenas pode promover a sua melhoria a partir do seu interior, pelo trabalho reflexivo e crítico de todos os seus membros. Não menos importante é a sua referência aos efeitos que o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) tem provocado, já que em vez de ajudar a diluir as distâncias entre os países, inspirou a competição e exacerbou as desigualdades, criando uma legião de alunos sem esperança.
Keywords