Alfa: Revista de Lingüística (Jul 2010)
A circulação da energia social inscrita na vitalidade dos textos
Abstract
<p>Há hoje um farto universo de produções e regulamentações que fazem do livro um foco de atenções inéditas no Brasil. Com isso, também ganham terreno temas a princípio bem diversos, como letramento e marketing cultural, por exemplo. Aqui, com base em desdobramentos teóricos da Análise do Discurso de tradição francesa, examinaremos a relação entre o trabalho dos autores e o de seus interlocutores editoriais, os quais, vistos dessa perspectiva, permitem observar a diversidade de práticas e semioses que constituem o processo de criação dos textos cujo destino é circular publicamente. O que se verifica é que, sendo objetos culturais, os textos a publicar não se bastam como organização estritamente linguística ou, antes, a própria organização linguística não se basta, sua autonomia é relativa, pois está submetida a muitas coerções que são de outra ordem – a do discurso, se entendemos por isso que todo texto lido é uma enunciação efetivada e, assim, está sujeito a um conjunto de restrições semânticas que são indissociáveis de um conjunto de práticas sociais e históricas.</p>