Jornal Vascular Brasileiro (Mar 2011)
Relação entre força muscular e capacidade funcional em pacientes com doença arterial obstrutiva periférica: um estudo piloto Relationship between muscular strength and functional capacity in patients with peripheral occlusive arterial disease: a pilot study
Abstract
CONTEXTO: As informações sobre o grau de correlação entre força muscular e capacidade funcional em pacientes com doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) são inconsistentes, além de nem sempre apresentarem protocolos que relacionem apropriadamente medidas de força muscular com desempenho. OBJETIVO: Estabelecer o nível de correlação entre força muscular e capacidade funcional em pacientes fisicamente ativos com DAOP. MÉTODOS: Doze pacientes com diagnóstico da doença e presença de claudicação intermitente participaram do estudo. Todos realizaram testes de força muscular e de caminhada. Grau de correlação entre força muscular e capacidade funcional foi avaliado pela correlação de Pearson. RESULTADOS: Dos 12 voluntários incluídos, 10 eram do sexo masculino e 2 do sexo feminino. Os participantes tinham média de idade de 63 ± 11 anos. Houve alta correlação (r = 0,872; p = 0,0001) entre distância percorrida no teste de deslocamento bidirecional progressivo (TDBP) e carga alcançada no teste de resistência máxima. Não se observou correlação entre distância percorrida no TDBP e tempo gasto para realização das cinco flexões plantares no teste de ponta de pé. CONCLUSÃO: O desempenho funcional em um grupo de pacientes com DAOP, em sua maioria fisicamente ativos, foi fortemente correlacionado com força muscular de extensores de joelho, mas não com desempenho observado funcionalmente pelo teste de ponta de pé. Futuros estudos são necessários para avaliar se força muscular de flexores plantares, mensurada de forma específica e isolada, correlaciona-se com função em pacientes com a doença.BACKGROUND: Information on the degree of correlation between muscular strength and functional capacity in subjects with peripheral obstructive arterial disease (POAD) is inconsistent and the available studies use protocols that do not adequately correlate measurements of muscular strength with performance. OBJECTIVE: to correlate muscular strength and functional capacity in physically active subjects with POAD. METHODS: Twelve subjects with PAOD and intermittent claudication were enrolled in the study. All subjects performed muscular strength and walking tests. Pearson's correlation was used to determine the level of association between these variables. RESULTS: Twelve subjects, 10 males and 2 females, were included in the study. The mean age was 63 ± 11 years. There was a strong correlation (r = 0.872; p = 0.0001) between the distance walked in the shuttle walk test (SWT) and the maximum load at the maximum strength test. However, there was no correlation between the distance reached in the SWT and the time spent to carry out five plantar flexions in the tiptoe test. CONCLUSION: The functional performance of a group of individuals with PAOD - most of them physically active - was strongly correlated with knee extension muscular strength, but not with performance observed at the tiptoe test. Further studies must be carried out to assess whether the muscle strength of plantar flexion, measured specifically and separately, is correlated with function in PAOD patients.
Keywords