Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção (Jul 2018)

Aspectos clínico-epidemiológico dos pacientes convalescentes após infecção por hantavírus em Mato grosso

  • Carolina Picoloto,
  • Vagner Ferreira do Nascimento,
  • Thalise Yuri Hattori,
  • Alba Valeria Gomes Melo,
  • Juliana Herrero da Silva,
  • Rogerio Alexandre Nunes dos Santos,
  • Ana Cláudia Pereira Terças Trettel

DOI
https://doi.org/10.17058/reci.v8i3.11814
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 3
pp. 239 – 247

Abstract

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Justificativa e objetivo: As hantaviroses são zoonoses causadas pelos orthohantavirus. Nas américas são caracterizadas pela Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SPH), com alta letalidade e existem poucos estudos sobre os pacientes que evoluem para cura após a infecção. Dessa forma, objetiva-se, identificar o perfil dos pacientes em convalescência após a infecção por hantavírus. Métodos: Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo de uma série de dados secundários, referente aos casos confirmados de SPH em Mato Grosso, registrados entre os anos de 1999 a 2016. Resultados: Utilizou-se 160 fichas de notificação de pacientes convalescentes. Nessa população predominou o sexo masculino (75,6%), faixa etária de 25 anos a 34 anos, raça/cor branca, ensino fundamental incompleto e atividade profissional voltadas à área agrícola (26,2%), as situações de risco envolveram desmatamento, aragem de terra, plantio ou colheita agrícola (44,8%). Os principais sinais e sintomas descritos foram febre (86,9%), cefaleia (74,4%) e dispneia (72,5%). Do total de pacientes, 77,5% realizaram exames laboratoriais e exame de imagem por raios X 79,4%, maioria dos achados com infiltrado pulmonar difuso (66,9%). Foram hospitalizados (87,5%) com utilização de assistência respiratória mecânica (46,5%), uso de antibioticoterapia (50,5%) e drogas vasoativas (35,5%). Conclusão: A doença está presente em duas regiões distintas do estado, com registro de casos em todos os meses do ano. Conhecer o perfil dos pacientes que evoluem para cura possibilita instrumentalizar os profissionais para a adoção de medidas adequadas tanto no diagnóstico precoce, como na terapêutica eficaz que possam contribuir com a redução da letalidade.