Revista Brasileira de Zootecnia (Jun 2000)
Conseqüências econômicas da seleção para gordura e proteína do leite
Abstract
O objetivo deste trabalho foi examinar a conveniência de se pagar pelo valor genético da proteína e gordura do leite no sêmen importado, usando a técnica do fluxo genético descontado, com base em valores econômicos derivados de um trabalho paralelo e parâmetros biológicos da literatura. No Estado do Paraná, o sêmen de reprodutores melhoradores para proteína e gordura poderia resultar em lucro, dependendo do seu custo, enquanto em Minas Gerais esses reprodutores teriam prejuízo. As tendências genéticas para proteína e gordura na raça Holandesa no Brasil, estimadas a partir de resultados da literatura, foram, respectivamente, 0,181 e 0,237 kg/lactação, correspondendo a aumento de R$0,357/lactação, com os valores econômicos do Paraná, e à perda de R$ 0,112/lactação, com os de Minas Gerais. A seleção individual para índice dos componentes do leite, com base nos valores econômicos de Minas Gerais, atingindo resposta de um desvio-padrão do índice, geraria ganho de R$31,27/lactação, se os preços não mudassem, mas de apenas R$10,27, se os preços fossem os da Nova Zelândia, tomada como exemplo de país concorrente. Em contrapartida, se a seleção fosse para índice apropriado para a Nova Zelândia, o ganho seria de R$37,06/lactação, se os preços no Brasil mudassem, e de R$9,66, se ficassem constantes. O índice com valores do Paraná apresentou comportamento intermediário entre esses dois e similar ao da seleção unicamente para produção de leite. A seleção para índices em testes de progênie teria resultados semelhantes, porém as diferenças entre os vários índices seriam menores.