Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

HEMOVIGILÂNCIA E REAÇÕES TRANSFUSIONAIS EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO NO SUL DO BRASIL

  • MB Araújo,
  • DGB Araújo,
  • MB Araújo,
  • MB Araújo,
  • HNL Chung

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S392 – S393

Abstract

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Objetivos: Avaliar a prevalência das reações transfusionais mais presentes nos receptores do Hospital Infantil Jeser Amarante Faria (HJAF) em Joinville, Santa Catarina no período de 2011 a 2015. Analisar o consumo de hemocomponentes relacionando com “tipo de reação transfusional”, idade, gênero, presença de pesquisa de Anticorpos Irregulares positiva (PAI +) e reações transfusionais”. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo, quantitativo e qualitativo, através de análise estatística descritiva de prontuários, utilizando-se o software SPSS e Excel. Para os testes de hipótese, foram utilizados o Teste de Qui-quadrado, Teste Exato de Fisher, Teste U de Mann-Whitney e Razão de Verossimilhança. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética. Resultados: No período foram transfundidos 2429 pacientes, totalizando 18079 transfusões de hemocomponentes, com descarte de 191 transfusões (1,06%) da amostra por inconsistência no registro dos dados. 1301 (54%) eram do sexo masculino e 1128 (46%), do sexo feminino. A faixa etária prevalente foi a de 0 a 2 anos em ambos os sexos. Por se tratar de um hospital referência no estado, foram atendidos pacientes de diversos municípios. A religião mais prevalente foi a Católica (65,42%), seguida da Evangélica (14,04%). Os hemocomponentes mais prescritos foram o concentrado de hemácias (30,09%), concentrado de plaquetas (25,36%) e plasma fresco congelado (16,51%). o fenótipo mais comum foi o tipo O positivo (38,08%) e o menos comum foi o tipo AB negativo (0,66%). Dos 2362 pacientes transfundidos com concentrado de hemácias, 16 (0,68%) apresentaram resultado da Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) positivo. Nestes, os anticorpos mais encontrados foram autoanticorpos frios não específicos (30%), autoanticorpos quentes não específicos (30%) e autoanticorpos frios anti-I (10%). Das 17888 transfusões de hemocomponentes realizadas, em 141 (0,79%) foram relatadas reações transfusionais. As mais comuns foram febre (44,44%), urticária (13,58%) e prurido (11,11%). Uma Razão de Verossimilhança entre os diferentes tipos de hemocomponentes pode rejeitar a hipótese nula com 95% de nível de confiança (RV (13, n = 17888) = 86,55, p < 0,001), sendo a maior proporção de reações transfusionais encontrada no componente plaquetas aférese/pool (2,8%). Um Teste Exato de Fisher foi conduzido para verificar a relação entre reação transfusional e PAI. A relação foi significativa (p = 0,002, TEF). Discussão: Cada transfusão traz consigo riscos, na forma de reações adversas, que variam de leves a fatais. Podem ser classificadas das mais diversas formas (imunes e não-imunes, infecciosas e não-infecciosas, febris e alérgicas, agudas e tardias). Ocorrem durante ou após 24h após a transfusão. São divididas em 3 categorias: as reações leves, causadas por hipersensibilidade com liberação de histamina, clinicamente manifestada como prurido e urticária; Reações moderadamente severas. Os anticorpos mais frequentemente associados com as reações transfusionais hemolíticas tardias são aqueles dirigidos a antígenos do sistema Kidd, Duffy, Kell e MNS. Conclusão: Das 17888 transfusões de hemocomponentes realizadas, em 141 (0,79%) foram relatadas reações transfusionais. As mais comuns foram febre (44,44%), urticária (13,58%) e prurido (11,11%). Foram mais frequentes em meninos, brancos, abaixo de 2 anos de idade, fenótipo O positivo, católicos. Houve maior frequencia de reações com plaquetas e houve relação com PAI.