Revista Iberoamericana de Cirugía de la Mano (May 2010)
Cirurgia paliativa do ombro em paralisia obstétrica do plexo braquial
Abstract
A paralisia obstétrica do plexo braquial é rara originando disfunção grave e défice marcado da rotação externa e da abdução do ombro. Reviram-se retrospectivamente 11 casos de paralisia obstétrica do plexo braquial (sete com paralisia alta e quatro com paralisia completa) tratados cirurgicamente pela técnica de L’Épiscopo modificada por Hoffer. Estes resultados foram padronizados segundo o tipo de lesão (grupo A – lesão alta; grupo B – lesão completa) e a idade (grupo I ≤ 4 anos; grupo II > 4 anos). O seguimento médio foi de 35 meses. A idade média aquando da cirurgia era de 6,5 anos (r= 2–11). Todos, excepto um, apresentaram melhoria funcional, com aumento da pontuação média de Mallet de 4,6 pontos. Os dois subtipos de paralisia tiveram pontuação média de Mallet sobreponível (grupo A – 4.6; grupo B – 4.7); a idade aquando da cirurgia não influenciou o resultado clínico (pontuação média (grupo I) – 4.8; (grupo II) – 4.4). Não foram registadas complicações. A técnica de L’Épiscopo modificada por Hoffer é eficaz no tratamento paliativo do ombro em paralisia obstétrica do plexo braquial, permitindo recuperação da abdução e rotação externa do ombro. Está indicada em paralisias altas e completas, quando associada a outras cirurgias de recuperação da função do cotovelo, punho e/ou mão. Idade superior a 4 anos não contra-indica a cirurgia desde que sejam excluídas alterações da articulação glenoumeral.
Keywords