Cadernos de Saúde Pública (Oct 2001)
A mortalidade infantil em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, por área de abrangência dos Centros de Saúde (1994-1996) Analysis of infant mortality in coverage areas of health centers in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil (1994-1996)
Abstract
O trabalho pretende identificar os diferenciais intra-urbanos em Belo Horizonte, Brasil, estudando os coeficientes de mortalidade infantil (CMI) nas áreas do município e avaliando sua evolução no período 1994/1996. A análise das condições de saúde referenciadas territorialmente constitui importante campo de estudo para evidenciar desigualdades regionais e intra-urbanas. Para os anos de 1994 e 1996, foram utilizados os dados do SINASC e SIM, além de mapas temáticos com o recorte geográfico da "área de abrangência" dos Centros de Saúde. Aplicou-se o método Bayesiano empírico para o cálculo dos CMI dessas áreas, visando corrigir possíveis flutuações aleatórias decorrentes de números pequenos e instáveis. Em todo o período, houve redução do CMI global do município em 24,4%, assim como do CMI nas áreas de abrangência. Em 1994, oito áreas apresentaram CMI acima de 50/1.000 e, em 1996, nenhuma área foi observada com esse coeficiente; em 1994, vinte e nove áreas mostraram CMI entre 35 a 50/1.000, caindo para quatro áreas em 1996; neste ano, registrou-se, em relação a 1994, maior número de áreas com CMI abaixo de 35/1.000. Em 1996 existiu maior homogeneidade na distribuição dos CMI, reduzindo-se as desigualdades intra-urbanas.Geographic analysis of health conditions highlights regional and intra-urban inequalities. This study aims to identify intra-urban discrepancies in the city of Belo Horizonte, studying the infant mortality coefficients (IMC) in the various areas of the metropolitan area and evaluating their evolution from 1994 to 1996. The study uses data from 1994 to 1996 regarding birth and death records (from the SINASC and SIM registries). It also uses "thematic maps" related to geographic coverage areas of municipal health centers to demonstrate differences in infant mortality coefficients. The empirical Bayesian method was applied to correct possible random fluctuation in IMC due to small and unstable numbers. A 24.4% reduction in the overall coefficient was observed in the city from 1994 to 1996. Decreases also occurred in the health center coverage areas. In 1994, eight areas presented an IMC above 50/1,000, while in 1996 no area reached that coefficient. In 1994, 29 areas presented an IMC from 35 to 50/1,000, as compared to only four areas in 1996. In 1996 there were more areas with IMC below 35/1,000 as compared to 1994. In 1996, more homogeneity was observed in IMC distribution and hence a reduction in intra-urban inequalities.
Keywords