Discursividades (Apr 2024)
“Eu te amo, Hipólito”: a presença masculina para a validação existencial da mulher em “Hipólito”, de Sonia Coutinho
Abstract
Esta pesquisa, de caráter qualitativo, bibliográfico-documental e analítico-interpretativo, visa analisar as relações de gênero a partir do conto “Hipólito”, escrito por Sonia Coutinho e presente na obra “O último verão de Copacabana”, publicado em 1985. Neste trabalho, objetivou-se, com base em autores como Helena (1989), Scott (1995) Welzer-Lang (2001) e Zinani (2015), problematizar as relações de gênero na narrativa, assim como indicar a interdependência dessas relações tendo em vista que os comportamentos estabelecidos pela protagonista e por seu “amante” são construtos de uma sociedade patriarcal e heteronormativa que necessita, por sua vez, ser validada dentro de um corpo social. Diante disso, constatou-se que a narrativa construída por Coutinho (1985), responsável por emitir uma voz feminina, apresenta as expectativas sociais e cotidianas dispensadas ao gênero e à sexualidade, além de metaforizar a necessidade de corpos femininos serem validados, devido, sobretudo, ao sistema misógino em que estes são representados, construídos.