Revista Cerrados (Dec 2004)
Pichadores de rua, territorialidades urbanas em conflito: territórios (in)visíveis de Goiânia
Abstract
Os pichadores buscam introduzir na paisagem urbana, principalmente das médias e grandes cidades, suas pichações que anseiam demarcar territórios, agredir a paisagem urbana e provocar os grupos rivais. As pichações não podem ser entendidas, apenas, como atos de vandalismo, elas procuram se fazer presentes no cotidiano da cidade, representando e (res) significando a paisagem. Movimento surgido nos guetos urbanos do Bronx, nos EUA, disseminou-se pelo mundo, existindo, em Goiânia, diversas “galeras” que podem ser categorizadas em dois tipos. No primeiro, membros de torcidas organizadas se rivalizam pela metrópole, assinando a siglas TEV (Torcida Esquadrão Vilanovense) e FJG (Força Jovem do Goiás). No segundo, os grupos de Bairro, como MGC (Moleques Grafiteiros do Criméia), BF (Bairro Feliz), UPS (União dos Pichadores Skatistas), etc. Esses grupos buscam demarcar e consolidar o território frente aos adversários, exercendo territorialidade sobre uma área. Ao mesmo tempo, constituem uma identidade própria que procuram insubmeter e contrapor os ditames convencionais do urbano. A Geografia não pode abster-se da compreensão desse fenômeno, pois sua compreensão envolve diretamente categorias de análise geográfica, como o território, territorialidades e identidade.