Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Dec 1969)

A biópsia muscular no diagnóstico das leptospiroses

  • J. B. Guedes e Silva,
  • Lélia Magalhães Paiva,
  • João José Pereira da Silva,
  • Manoel Barreto Netto,
  • J. Rodrigues Coura

DOI
https://doi.org/10.1590/S0037-86821969000600002
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 6
pp. 305 – 316

Abstract

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Os autores apresentam os resultados observados no estudo histopatológico de biópsia muscular em 16 pacientes com leptospirose. Os achados mais importantes foram a necrose focal da fibra muscular, a infiltração hemorrágica dos focos necróticos e da interstício a raridade de reação inflamatória. Além dêstes chamam atenção para a vacuolização sarcoplasmátvca acompanhada de tumefação e perda da estriação transversal da fibra muscular como alterações precoces, precedendo à lesão necrótica. Observaram ainda a basofilia sarcoplasmática associada a hiperplasia nuclear subsarcolêmica nas formas leves da doença e naquelas de involução demonstradas nas biópsias posteriores. Quanto às estruturas sarcovlasmáticas multinucleadas sugerem que êstes elementos representem uma tentativa âe regeneração da fibra musculair que em geral não chega a têrmo, como puderam depreender do estudo das biópsias em fase evolutiva tardia da doença; nesta fase tais estruturas sofrem modificações regressivas até a fibrose. Concluindo, consideram as alterações musculares no seu conjunto, se, não específicas, bastante características e de grande valor no diagnóstico da leptospirose.