Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)

Diferenças na indicação de ajuste de dose quando utilizadas as equações de CG e MDRD em pacientes com insuficiência renal na Unidade de Terapia Intensiva

  • Camila Neto Santos,
  • Marcio Galvão Guimarães de Oliveira,
  • Marianne Silveira Camargo,
  • Caroline Tianeze Castro,
  • Izabel Cristina Pereira Rocha,
  • Sóstenes Mistro

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2016.v1.s1.p.25
Journal volume & issue
Vol. 1, no. s. 1

Abstract

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Introdução: O diagnóstico precoce da doença renal permite a adoção de medidas para diminuir sua progressão, bem como o tratamento das suas complicações. A taxa de filtração glomerular (TFG) é considerada o melhor marcador para diagnóstico, estadiamento e progressão da insuficiência renal (IR). Ela pode ser medida de forma precisa através de alguns marcadores, no entanto esses podem representar alto custo, laboriosidade e geralmente não estão disponíveis na rotina hospitalar. Além desses testes mais precisos, exames laboratoriais, como a dosagem da creatinina sérica, também são utilizados para estimativa da TFG, mas esse é susceptível a certas influências, como perda da massa muscular e regime alimentar. Assim a TFG é estimada através de equações. As mais utilizadas são a Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) e Cockcroft-Gault (CG), consideradas como métodos rápidos de avaliação da função renal. O objetivo desse estudo foi observar as diferenças nas indicações de ajuste usando as equações MDRD e CG. Materiais e Métodos: Esse estudo trata-se de uma coorte retrospectiva que incluiu pacientes maiores de 18 anos, admitidos no período de janeiro de 2014 a janeiro de 2015 que apresentaram insuficiência renal na admissão ou durante a internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital do interior da Bahia. Os dados dos pacientes incluídos foram analisados desde a admissão até a alta. Foram excluídos os pacientes que permaneceram internados na unidade por um período inferior a 24 horas. A partir dos nomes dos pacientes admitidos no período de estudo, os prontuários foram localizados no setor de arquivo médico e estatística e as informações necessárias coletadas, através de um formulário criado para este fim. Resultados: No período de estudo foram avaliados prontuários de 337 pacientes e calculados o clearance de creatinina para estimativa da TFG através das equações CG e MDRD. Do total de pacientes avaliados 108 (37%) apresentaram insuficiência renal. Foi observado nos pacientes com IR, que o clearance de creatinina obtido através da equação MDRD com média 32,84 (dp 23,29) era superior àquele obtido através de CG com média 29,87 (dp 18,35). Discussão: Foi possível observar entre as equações estudadas que a MDRD produziu resultados da TFG mais altas, ao calcular um clearance maior usando o mesmo valor de creatinina da CG. A fórmula CG parece prever uma avaliação prévia da piora da doença renal ao produzir resultados menores da taxa de filtração glomerular. Por tanto ao estimar a TFG através das fórmulas (MDRD e CG) os resultados poderão apresentar discrepância. Conclusão: Após análise dos resultados, conclui-se que a equação MDRD fornece uma estimativa da TFG maior quando comparada a CG.