Antíteses (Dec 2022)

O jogo duro do Dois de Julho e as narrativas sobre a participação da Bahia na Independência do Brasil em livros didáticos regionais para os Anos Iniciais.

  • Ana Heloisa Molina,
  • Carollina Carvalho Ramos de Lima

DOI
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2022v15nEspecialp81-117
Journal volume & issue
Vol. 15, no. Especial

Abstract

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Este estudo avalia a forma como a guerra de independência na Bahia é apresentada em seis livros didáticos regionais de História, aprovados pelo PNLD, entre 2004 e 2016. Buscamos reconhecer na narrativa histórica escolar elementos que reforçam e/ou fazem circular uma “memória das elites”, que supervaloriza o heroísmo baiano, a guerra e os militares, minimizando a participação popular e os diferentes interesses e projetos políticos entre os grupos sociais envolvidos. Avaliamos que a forma como a guerra de independência na Bahia é apresentada, de um lado, indica a permanência de uma leitura romântica da guerra e do “povo baiano”, preservada na memória coletiva sobre a “independência da Bahia”, cujas bases remontam ao século XIX; e de outro, reforça o estereótipo (da heroína romântica) e reduz a história das mulheres à mera curiosidade e/ou anedota. Além disso, a abordagem dos conteúdos revelou-se problemática, porque estabelece pouca – ou nenhuma – conexão entre a história local e as experiências históricas ocorridas em outras escalas, de modo que os leitores teriam dificuldades de compreender e estabelecer relações entre o global, o nacional e o local, por exemplo.

Keywords