Revista Brasileira de Educação Médica (Apr 2021)

Expansão de vagas e qualidade dos cursos de Medicina no Brasil: “Em que pé estamos?”

  • Claudio José dos Santos Júnior,
  • Jailton Rocha Misael,
  • Euclides Maurício Trindade Filho,
  • Rozangela Maria de Almeida Fernandes Wyszomirska,
  • Almira Alves dos Santos,
  • Paulo José Medeiros de Souza Costa

DOI
https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.2-20200523
Journal volume & issue
Vol. 45, no. 2

Abstract

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Resumo: Introdução: A educação médica no Brasil vem enfrentando um importante processo de expansão. Essa realidade foi fortemente influenciada por programas e políticas educacionais implementados principalmente nas últimas décadas. Objetivo: O estudo teve como objetivo traçar um panorama da formação e da avaliação dos cursos de graduação em Medicina no contexto nacional. Método: Foi realizada uma pesquisa documental e descritiva, de abordagem quantitativa. O levantamento de dados ocorreu por meio de dados provenientes da Sistemática de Avaliação Nacional da Educação Superior do Ministério da Educação disponibilizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão que coordena e gerencia dados relativos aos processos de regulação, avaliação e supervisão da educação superior no sistema federal de educação. Foram analisados 20 anos de oferta de cursos de Medicina no Brasil (2000-2019). Resultados: No período em estudo, o número de escolas médicas apresentou um crescimento de 214,9%. No total, analisaram-se 337 cursos de graduação em Medicina em atividade vinculados a instituições de ensino superior públicas (35%) e privadas (65%), perfazendo 34.585 vagas anuais ofertadas. Os cursos estão distribuídos nas 27 unidades federativas brasileiras, com maior e menor concentração de vagas e escolas médicas nas Regiões Sudeste e Norte, respectivamente. A média nacional do número de vagas/ano foi de 1.280,9 vagas/ano e da razão vagas/habitantes foi de 16,5 vagas/100 mil habitantes. A maioria dos cursos obteve conceito três nos indicadores de qualidade propostos pelo Ministério da Educação. Conclusão: O ensino da Medicina no Brasil vem passando por importante processo de expansão, e este é fundamentalmente privado e mal distribuído pelo país, e apresenta indicadores de qualidade mínimos para manutenção do seu funcionamento.

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