Sociedade e Estado (Aug 2011)

Metáforas do poder em uma instituição pública de saúde

  • César Sabino,
  • Madel T Luz

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-69922011000200016
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 2
pp. 353 – 372

Abstract

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O objetivo deste estudo é compreender a função do ambulatório na dinâmica das relações de poder e na construção de identidade da profissão de terapeuta da biomedicina. Para a realização do trabalho foram feitas entrevistas abertas e observação etnográfica em duas unidades hospitalares da cidade do Rio de Janeiro (Hospital Pedro Ernesto, Posto de Atendimento Médico São Francisco Xavier) com 12 médicos. O ambulatório surge no discurso dos profissionais em início de carreira como instância negativa e monótona, que impede o diagnóstico de novas patologias, tornando lenta a ascensão profissional; surge também como espécie de rito de passagem formador da identidade médica. Marcado pela frequência de pacientes oriundos dos estratos sociais mais baixos, essa dimensão pública das instituições médicas repercute relações de dominação social e simbólica inerentes à nossa sociedade.The purpose of this study is to enlighten the function(s) of the ambulatory (non specialist medical public care unit) in the dynamics of corporative power relations and construction of identity of new therapist's occupation in biomedicine. To achieve our labor data were collected through open interviews and direct observations in two hospitals in Rio de Janeiro (Hospital Pedro Ernesto, Sao Francisco Xavier Medical Care) with 12 doctors. The ambulatory emerges as a negative and monotonous place in the speech of professionals in early career, where the diagnosis of new diseases is uncommon, preventing the young physician to access real knowledge and social status. It means also a rite of passage trainer of medical identity. Stygmatized by the frequency of patients from the lower strata of society, the ambulatory points to the relations of social and symbolic domination present among us.

Keywords