Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

ID229 Eficácia e segurança da Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) no transtorno depressivo: uma overview de revisões sistemáticas

  • Bárbara Rodrigues Alvernaz dos Santos,
  • Álex Brunno do Nascimento Martins,
  • Elder Gomes Pereira,
  • Francisco de Assis Acurcio,
  • Luana Oliveira Prata,
  • Juliana Alvares-Teodoro,
  • Maiara Silva Araújo,
  • Roberto Lúcio Muniz Júnior,
  • Ursula Carolina de Morais Martins,
  • Wallace Breno Barbosa,
  • Augusto Afonso Guerra Júnior

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.172
Journal volume & issue
Vol. 9, no. s. 1

Abstract

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Introdução A depressão é um termo geral que descreve diferentes transtornos depressivos, predominantes e incapacitantes que impactam diretamente nos fatores psicossociais e a qualidade de vida dos indivíduos. O diagnóstico é feito com base no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5) e o tratamento consiste na combinação de psicoterapia com medicamentos psicotrópicos. Desenvolvida inicialmente em 1985, a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é um sistema neuroestimulador não-invasivo registrado com indicação para tratamento de algumas doenças mentais, mal de Parkinson, estresse pós-traumático (TEPT) e dor crônica. O objetivo desta pesquisa é analisar a eficácia e a segurança da Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) no tratamento de transtornos depressivos. Métodos Por meio de uma revisão sistemática, foi realizada a análise da eficácia e da segurança do tratamento com a EMT nos transtornos depressivos, quando comparada ao placebo ou aos tratamentos convencionais. Foram incluídas revisões sistemáticas com meta-análise de ensaios clínicos randomizados (ECR). Resultados Foram identificadas 24 revisões com meta-análises de ECR. Os pacientes foram avaliados quanto à resposta, remissão, alteração na pontuação de escalas de depressão e quanto à ocorrência de eventos adversos e desistências do tratamento relacionadas ao procedimento. Todos os estudos selecionados apresentavam grupo comparador, com a maior proporção sendo a estimulação sham. Entre os efeitos na Escala de Depressão de Montgomery-Åsberg ou Pontuação de Depressão de Montgomery-Åsberg em relação à linha de base, foram identificados 15 resultados que mostraram efeitos benéficos para a EMT. A avaliação do efeito da resposta de remissão teve direção favorável à EMT entre nove dos 15 estudos. Os estudos incluídos foram classificados como de baixa a criticamente baixa qualidade metodológica, no entanto, mostraram que a EMT estava associada a uma eficácia superior, mas variável, em relação à estimulação sham. Ao avaliar o resultado de resposta na população com depressão maior, das 17 revisões sistemáticas avaliadas, nove foram favoráveis à EMT. Em relação à EMT de alta frequência versus estimulação sham, a direção do efeito favoreceu a intervenção em quatro dos sete estudos. Discussão e conclusões As evidências sobre a segurança das EMTs não apresentam eventos adversos de maior gravidade. A eficácia de curto prazo da EMT foi observada especialmente quando associada aos antidepressivos em pacientes refratários ao tratamento convencional. As revisões sistemáticas avaliadas demonstram benefícios por meio de resultados positivos com um bom perfil de segurança, com eventos adversos de baixa magnitude. Entretanto, grande parte destas revisões não realizaram análise de subgrupos e apresentaram heterogeneidade importante das populações.