Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

ID189 Vulnerabilidade em Saúde: Repensando Estratégias de intervenção na Saúde Suplementar

  • Marcus Carvalho Borin,
  • Matheus del-Valle,
  • Paulo Estevao Franco Braga,
  • Fernando Martin Biscione,
  • Silvana Marcia Bruschi Kelles

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.139
Journal volume & issue
Vol. 9, no. s. 1

Abstract

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Introdução Indicadores socioeconômicos e ambientais são utilizados para identificar e monitorar indivíduos ou grupos em situação de maior suscetibilidade a problemas de saúde. A necessidade de uma abordagem das relações entre estes indicadores e a saúde populacional é o argumento norteador da construção do indicador composto chamado Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS). Esse estudo procurou mapear essas fragilidades utilizando IVS entre beneficiários de uma operadora da saúde suplementar na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O objetivo do levantamento é promover intervenções para melhoria de acesso, eficiência, equidade e qualidade nos serviços de saúde que presta para a comunidade assistida. Métodos A Prefeitura de Belo Horizonte (BH), MG, estabeleceu em 2012, o IVS, inicialmente para o Município. Usando a mesma metodologia, foi calculado o índice para todos os clientes da operadora, mesmo os que moram fora de BH. O índice compreende 8 indicadores censitários distribuídos em saneamento e socioeconomia, utilizando os dados do Censo do IBGE de 2010. Ponderamos essas variáveis para calcular o IVS final, classificando os setores censitários em níveis de risco: Baixo, Médio Elevado e Muito Elevado. Cada beneficiário da operadora de saúde na RMBH foi categorizado considerando o endereço registrado em sua base administrativa. Com esses endereços foi criado um painel com a distribuição geográfica dos clientes. Projeções cartográficas foram empregadas para identificar áreas de vulnerabilidade e avaliar as distâncias percorridas até as unidades de atendimento da operadora. Resultados Foi desenvolvido um painel de IVS de todos os beneficiários da operadora de saúde suplementar com atuação na RMBH. Os resultados preliminares apontam que 5,44% dos beneficiários vivem em regiões de risco elevado ou muito elevado. Destes beneficiários, 91,8% se distribuem pelas regiões da região metropolitana fora da capital. Esses beneficiários utilizam unidades de atendimento na periferia da capitalou na RMBH. Discussão e conclusões A partir dos dados obtidos com o estudo, será possível avaliar a relação entre vulnerabilidade e utilização dos serviços de saúde. Segundo um referencial teórico, grupos mais vulneráveis recorrem mais frequentemente aos PA, como forma de solucionar suas demandas de saúde, que fica atendida de forma pontual e não estruturada. Uma possibilidade a ser explorada é a busca de correlação entre a vulnerabilidade e a utilização de pronto atendimento. Além disso, a mobilidade é um fator limitante para muitos indivíduos que dependem do transporte público para se deslocar, e a avaliação da adequação dos processos e fluxos de atendimento ganha relevância nesse contexto, garantindo que mesmo aqueles que enfrentam desafios de mobilidade possam acessar os serviços de forma eficiente e oportuna. A abordagem integrativa apresentada neste estudo tem o potencial de direcionar estratégias de intervenção em saúde, especialmente para os grupos mais vulneráveis da população. Isso pode contribuir significativamente para a promoção da equidade e o aprimoramento do acesso aos serviços de saúde, considerando as complexas dinâmicas socioeconômicas envolvidas.

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