Opus (Jul 2021)

A história muda: uma contribuição à história dos músicos do cinema silencioso

  • Eduardo D'Urso Hebling,
  • Jônatas Manzolli

DOI
https://doi.org/10.20504/opus2021b2705
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 2

Abstract

Read online

Narrativas tradicionais frequentemente consideram a performance musical do cinema silencioso como uma função de um repertório padronizado, o das partituras de sugestões musicais, onde o músico tem relativamente pouco espaço de decisão, senão o de manipular temas prontos. O objetivo deste artigo é definir um recorte histórico no qual se estudam aspectos improvisatórios e adaptativos da performance destes músicos. Para isso, fizemos uma breve revisão e, a partir das visões de Altman, Gunning, Burch e Gaudreault, identificamos um recorte possível, a era do nickelodeon (1905-1915). Neste período, constatamos que o músico pode ser visto como um dos agentes que formaram dinamicamente o novo sistema de representação – o cinema –, interagindo a partir da sua bagagem musical e cultural com o filme, o público, a paisagem sonora das salas de exibição, os gerentes destas salas, os colegas de trabalho. No âmbito dos estudos sobre processos criativos e apoiado nos conceitos e metodologias da Arqueologia das Mídias, este artigo é parte da pesquisa sobre a criação de Moodscope, um laboratório artístico multimodal no qual se pretende recriar o ambiente musical dinâmico deste primeiro cinema e observar a emergência de significados em um contexto dinâmico.

Keywords