Bioscience Journal (May 2006)

Avaliacao de indices reprodutivos em besouro africano (Digitonthophagus gazella Fabricius) (Coleoptera: Scarabaeidae)

  • Vania Maria de Oliveira Fonseca,
  • Warwick Estevam Kerr

Journal volume & issue
Vol. 21, no. 3

Abstract

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Coletas de besouro Digitonthophagus gazella foram feitas nos pastos da Fazenda Experimental Getúlio Vargas em Uberaba/MG ocupados por bovinos no período de abril de 2001 a maio de 2002. A pesquisa foi subdividida em três fases experimentais: 1ª fase para padronização da metodologia de criação do besouro coprófago Digitonthophagus gazella em laboratório; a 2ª fase teve por objetivo a produção de parentais de mesma idade para se iniciar, por meio da 3ª fase, a coleta de dados a respeito dos índices reprodutivos do Digitonthophagus gazella. Para realização da análise estatística , foram considerados apenas os dados da 3ª fase experimental, na qual foram utilizados 02 tratamentos: 17 terrários com 03 casais de besouro com machos com chifres/terrário e 02 terrários com 03 casais de besouros com machos sem chifres/terrário, alimentados com 200 gramas de fezes de bovino/terrário/02 dias (tratamento 01); 17 terrários com 03 casais de besouro com machos com chifres/terrário e 02 terrários com 03 casais de besouros com machos sem chifres/terrário, alimentados com 300 gramas de fezes de bovino/terrário/02 dias (tratamento 02). Quanto ao período de desenvolvimento dos besouros, houve uma variação de 28 dias em abril a 55 dias em junho. O número médio de descendentes, por casal, foi de 2,49 no tratamento 01 e 2,24 no tratamento 02, diferença estatisticamente não significativa (P = 0,7426). A variância no número médio de descendentes, por casal, no tratamento 01, foi estatisticamente superior à observada no tratamento 02, indicando que maior quantidade de alimento não afetou a fertilidade nem a viabilidade dos besouros. Em nenhum dos dois tratamentos observou-se descendentes nos casais cujos machos eram sem chifres, o que, aparentemente, corrobora a hipótese de que tais machos sejam estéreis. No entanto, quando se considera que besouros machos sem chifres e com chifres deixam o mesmo número de descendentes, a probabilidade de que uma amostra com dois terrários não apresente nenhum descendente é de 0,2196 no tratamento 01 e 0,1190 no tratamento 02, que não permite defender a hipótese de que tais machos sejam menos férteis. Verificou-se, também, que a taxa de mortalidade (% de descendentes mortos) depende do tratamento (P = 0,0243), isto é, maior disponibilidade de alimento contribui para menor taxa de mortalidade. Quanto à proporção entre machos e fêmeas (0,49:0,51) independe do tratamento (P = 0,8889) ou seja, da diferença de quantidade de alimento fornecido aos besouros.

Keywords