Revista Brasileira de Geomorfologia (Jun 2021)

Rearranjos de drenagem na porção setentrional da Bacia Amazônica

  • André Augusto Rodrigues Salgado,
  • Breno Ribeiro Marent,
  • Franzmiller Almeida Nascimento,
  • António Alberto Teixeira Gomes,
  • Stelio Soares Tavares Júnior

DOI
https://doi.org/10.20502/rbg.v22i3.2016
Journal volume & issue
Vol. 22, no. 3

Abstract

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A Bacia Hidrográfica do rio Amazonas é a de maior área e volume de água do planeta. Sua elevada dimensão originalmente foi interpretada como resultado do clima e da configuração geológica da América do Sul. Entretanto, nos últimos anos uma série de estudostem apresentado evidências de que amplos processos de rearranjo de drenagem estariam ocorrendo na região e que estes favoreceram a expansão da Bacia Amazônica. Entre esses amplos processos destacam-se estudos que afirmam que a alta bacia hidrográfica do rio Branco fluía em direção ao rio Essequibo e teria sido capturada pela Bacia Amazônica. Entretanto, os estudos que afirmam isso não apresentam evidências morfológicas para esse rearranjo de drenagem. Neste contexto, através de sensoriamento remoto, geoprocessamento, análises cartográficas e trabalhos de campo, o presente trabalho avaliou as evidências morfológicas que poderiam comprovar processos de rearranjo de drenagem na alta bacia hidrográfica do rio Branco na Amazônia Setentrional. Os resultados permitiram identificar uma série de evidências geomorfológicas integradas entre si e indicativas de processos de pirataria fluvial, com destaque para cotovelos de drenagem,baixos divisores e paleocanais fluviais. Sendo assim, confirmam que no passado os rios Uraricoera e Tacutu –formadores do rio Branco –integravam a Bacia Hidrográfica do rio Essequibo que desagua no Caribe. Porém, graças à erosão regressiva das paleo-cabeceiras do rio Branco foram interceptados e integrados à Bacia Amazônica.

Keywords