Revista CEFAC (Dec 2011)

Caracterização da fala de crianças de 4 a 6 anos de creches públicas Speech characterization of 4- to 6-year-old children

  • Lidia Lourenço Cunha Bragança,
  • Stela Maris Aguiar Lemos,
  • Cláudia Regina Lindgren Alves

Journal volume & issue
Vol. 13, no. 6
pp. 986 – 992

Abstract

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OBJETIVO: caracterizar a fala de crianças de 4 a 6 anos de duas creches públicas de Belo Horizonte e classificá-la segundo dois critérios de referência nacional. MÉTODO: foram avaliadas 60 crianças em relação à fala. Foram realizadas análises relativas ao inventário fonético, segundo a ordem de ocorrência proposta por dois autores, e à associação entre as classificações. RESULTADOS: a prevalência de inadequações de fala encontrada foi alta nas duas creches, sendo que 45% e 53,3% das crianças foram consideradas com fala inadequada segundo as classificações 1 e 2 respectivamente. Houve boa concordância entre as duas classificações (coeficiente de Kappa = 0,768). Não houve associação com significância estatística entre os sexos e as idades. As alterações de fala mais prevalentes foram presença assistemática e substituição, os únicos fonemas com 100% de ocorrência na amostra total de crianças avaliadas foram /t, k, m, n, ŋ/ , os de menor ocorrência foram, o arquifonema /R/ (30%) o fonema /ſ/ (63,3%) e /l/ (68,3%) em encotro consonantal. CONCLUSÃO: na faixa etária de 4 a 6 anos as crianças ainda produzem vários fonemas de maneira assistemática, ocorrendo alterações como substituições e omissões. Deve-se levar em conta fatores que podem ter influenciado os resultados, como local da pesquisa, classe econômica e características individuais. Outros estudos sobre a aquisição fonológica são necessários, contribuindo para programas de intervenção precoce e ações preventivas em ambientes escolares.PURPOSE: to characterize the speech of 4- to 6-year-old children in two public day care centers in Belo Horizonte and classify it according to two national benchmark references. METHOD: 60 children were evaluated regarding their speech. Analyses were made up on top of the phonetic inventory, according to the order of occurrence proposed by two authors, and the association among the classifications was studied. RESULTS: the rate found for speech mismatch was high in both centers, with 45% and 53.3% of the children showing inappropriate speech abilities according to the ratings 1 and 2, respectively. A good agreement between the two classifications was found (Kappa coefficient = 0.768). No statistically significant association between gender and age was found. The most noted speech disorders were unsystematic presence and replacement, the only phonemes with 100% of occurrence in the total sample of assessed children were /t, k, m, n, ŋ/. The less frequent phonemes were /R/ (30%), cc/ſ/(63.3%) and cc/l/ (68.3%). CONCLUSION: 4- to 6-year-old children still produce many phonemes in an unsystematic way, occurring speech changes such as replacement and omissions. Factors that might have influenced the results, such as, the research site, economic class and individual characteristics, that should be taken into account. Other studies of phonological acquisition are needed, contributing to early intervention programs and preventive actions in the school environments.

Keywords