Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

LINFOMA NÃO-HODGKIN: ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES NA REGIÃO SUDESTE DE PACIENTES COM 60 ANOS OU MAIS ENTRE 2019 A 2023

  • JC Silva,
  • JS Cardoso,
  • SB Nunes,
  • EPS Borges,
  • LHMSG Graciolli

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S301 – S302

Abstract

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Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico das internações por linfoma não-Hodgkin (LNH) na região Sudeste de paciente com 60 ou mais anos de idade. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal retrospectivo de caráter quantitativo, com base em dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Foram analisados dados relativos a internações por Linfoma não-Hodgkin entre 2019-2023 em pacientes com 60 anos ou mais, na Região Sudeste. As variáveis utilizadas para realização de estatística descritiva foram: Faixa etária, sexo e cor/raça. Resultados: Dentre as internações, observa-se prevalência total e em cada unidade federativa do sexo masculino (n = 8.416), correspondendo a 55,31% do total de internações. No período, o maior número de internações ocorreu no estado de São Paulo (54,45%), seguido pelo estado de Minas Gerais (n = 26,49%) e o menor no Espírito Santo (n = 5,42%). A maior ocorrência foi verificada na faixa etária entre 60 e 69 anos (n = 55,77%). Ademais, sobre a cor/raça, houve predominância da cor branca (n = 8.843) e da cor parda (n = 4.240) e menor número de internações registrados na cor amarela (n = 187), apesar de 1.129 registros sem informação. Discussão: Globalmente, há maior incidência de LNH no sexo masculino, dado que corrobora os resultados encontrados, no período, na região Sudeste e em cada UF. Na literatura, descreve-se maior incidência desta condição em países desenvolvidos e maior mortalidade em locais com menor desenvolvimento socioeconômico. Na região Sudeste, o estado de São Paulo, que apresenta o maior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal- IDHM (2021) foi o com o maior número total de casos, o que sugere tanto maior poder diagnóstico, quanto maior população absoluta. Apesar de o Rio de Janeiro apresentar o segundo maior IDHM, o segundo estado mais populoso é Minas Gerais, local com segundo maior número bruto de casos, o que propõe a associação entre distribuição populacional e prevalência de fatores de risco, como imunossupressão, vírus oncogênicos e radiação ionizante para tal distribuição. Quanto a cor/raça, o LNH é mais comum em indivíduos de cor branca, tanto em incidência quanto em mortalidade, com algumas variações a depender do subtipo: encontra-se na literatura maior prevalência de LNH de células B na cor branca e LNH de células T na cor preta. No Sudeste, diferentemente, ainda que haja maior número de casos registrados em pacientes de cor branca, o segundo maior registro é em pacientes de cor parda, resultado em consonância com a miscigenação brasileira. Conclusão: Nota-se, portanto, que o perfil epidemiológico das internações por Linfoma não-Hodgkin em pacientes com 60 anos ou mais, entre 2019 e 2023, na Região Sudeste, caracterizou-se por pacientes do sexo masculino, com predominância de maiores números absolutos no estado de São Paulo, e com maiores registros totais na cor/raça branca e parda- dados, em grande parte, em consonância com o descrito na literatura.