Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE HIV/AIDS NA POPULAÇÃO IDOSA ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2021 NO BRASIL
Abstract
Introdução/Objetivo: a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), representa um desafio para a saúde por afetar diferentes faixas etárias, incluindo a população idosa. Nos últimos anos, houve aumento na taxa de infecção por HIV nesse grupo etário, podendo ser explicado pela atividade sexual que nem sempre é realizada com o uso de medidas preventivas adequadas, revelando a necessidade de maior conscientização sobre o tema. A presença de um sistema imunológico enfraquecido e a coexistência de condições médicas crônicas podem complicar o tratamento do HIV e aumentar o risco de complicações. O objetivo foi analisar o perfil epidemiológico dos casos diagnosticados de HIV/AIDS na população idosa no Brasil no período de 2018 a 2021. Métodos: estudo epidemiológico realizado mediante coleta de dados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), vinculado ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no mês de junho de 2023. Foram analisados a frequência dos casos de HIV/AIDS em idosos, além da verificação do número de diagnósticos relatados entre os anos de 2018 a 2021 segundo regiões e estados brasileiros. Os dados coletados para a pesquisa foram organizados por meio do Microsoft Excel. Resultados: foram diagnosticados 9.588 casos de HIV/AIDS na população e no período estudado. A região Sudeste apresentou o maior número de diagnósticos, seguida pela região Sul, Nordeste, Norte, e, com a menor frequência, a região Centro-Oeste. Os estados com maior notificação de casos por região foram: São Paulo 47% (1.754), Rio Grande do Sul 50% (1.200), Bahia 23% (482), Pará 57% (477) e Goiás 35% (237). A quantidade de detecções para a enfermidade no Brasil foi consideravelmente menor em 2020 (2.064 casos) e, de forma consensual, em todas as regiões. Conclusão: os resultados evidenciam constância relativa do número de casos de HIV/AIDS em idosos, apesar da queda isolada no ano de 2020, possivelmente devido a subnotificação durante a pandemia de Covid-19. Essas estatísticas refletem causas de natureza multifatorial, como desinformação, deficiências nas políticas públicas e ações de conscientização insuficientes para essa parcela populacional. Assim, é preciso adotar medidas de educação sexual e avaliações periódicas da incidência de HIV/AIDS na população idosa.