Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Dec 2000)

Ventriculectomia parcial esquerda: ponte para transplante?

  • José Dario FROTA FILHO,
  • Fernando A. LUCCHESE,
  • Celso BLACHER,
  • Paulo E. LEÃES,
  • Cídio HALPERIN,
  • Eraldo A. LÚCIO,
  • Wagner PEREIRA,
  • Marcela SALES,
  • Paul Peter LUNKENHEIMER,
  • Klaus REDMANN,
  • Luis E. VARGAS,
  • Ralf STUERMER,
  • Roberto LOBO,
  • Fabio MOREIRA,
  • Angela P. BUENO,
  • Luiz A. JUNG

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-76382000000400006
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 4
pp. 320 – 327

Abstract

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OBJETIVO: Analisar os resultados e a viabilidade da ventriculectomia parcial esquerda (VPE) como ponte para transplante cardíaco (TX). DELINEAMENTO: Estudo de coorte histórica e prospectivo. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Cinquenta e três pacientes (pts) foram submetidos a VPE em um período de 5 anos. Destes, 7 pts com contra-indicação inicial ao TX, idades variando de 37 a 64 anos, 5 homens e 2 mulheres, com miocardiopatia dilatada, foram subseqüentemente relistados e transplantados. Foram analisados a fração de ejeção (FE), o diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo (DDFVE), a CF da NYHA, o consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) e os escores de qualidade de vida (QV) antes da VPE, aos 3 e 6 meses, e pré-transplante. RESULTADOS: Os valores expressos a seguir referem-se, respectivamente, àqueles obtidos antes da VPE, aos 3 e 6 meses e antes do TX. Variação da CF da NYHA: 3,71±0,49, 2,57±1,13 (p=0,011), 3,0±1,29 e 3,86±0,38. Evolução da FE: 25,17±6,15, 35,5±8,41 (p=0,013), 32,33±7,12 e 26,17±3,76. Variação do DDFVE: 79,16±10,85, 67,66±9,2, 65,83±9,57 e 64,25±8,99. O VO2 máx era de 8,12±3,47 antes da VPE e de 13,2±7,75 aos 6 meses (p=0,068). Variação dos escores de QV: 4,29±1,25, 3,0±1,41 (p=0,050), 3,29±1,8 e 4,57±1,13. Foram transplantados 7/53 pts (13,20%). A sobrevida, até a data do transplante, variou de 7 a 37 meses (18,71±11,78 meses). O seguimento foi de 100%. CONCLUSÃO: A curto prazo melhoraram a CF da NYHA, a QV, o VO2 máx, o DDFVE e a FE dos pts. Estes resultados sugerem a possibilidade da indicação da VPE como ponte para TX. Entretanto, a mortalidade elevada no primeiro semestre pós-operatório limita a sua indicação rotineira como ponte para TX. Estudos futuros poderão validar ou não esta possibilidade.

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