Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2023)

Monitoramento pós-incorporação da utilização do Omalizumabe para o tratamento da asma alérgica grave no Sistema Único de Saúde

  • Amanda Oliveira Lyrio,
  • Laís Lessa Neiva Pantuzza,
  • Samara Helena de Carvalho ,
  • Felipe Ferré,
  • Tacila Pires Mega,
  • Ana Carolina Freitas Lopes,
  • Luciene Fontes Schluckebier Bonan

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.148
Journal volume & issue
Vol. 8, no. s. 2

Abstract

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Introdução: A asma é uma doença crônica não transmissível associada à inflamação crônica das vias aéreas e hiperresponsividade a estímulos diretos e indiretos. O tratamento da doença é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com as diretrizes recomendadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde (Conitec), publicadas em agosto de 2021. Entre os tratamentos disponíveis para a doença está o omalizumabe, indicado para asma alérgica grave descontrolada. Objetivo: Analisar o uso de omalizumabe para o tratamento da asma alérgica grave no SUS. Material e Método: Estudo de coorte aberta dos primeiros 12 meses de dispensação do omalizumabe no SUS, outubro de 2021 a setembro de 2022. Os dados utilizados consistem em informações retrospectivas do mundo real, de natureza administrativa e de âmbito nacional, relacionados com a dispensação de omalizumabe. Esses dados foram extraídos do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) por meio da Sala Aberta de Inteligência em Saúde (Sabeis), desenvolvida pela Secretaria Executiva da Conitec. Foram incluídos todos os registros de dispensação de omalizumabe aprovados no SUS para asma alérgica grave, com a identificação criptografada do usuário. Resultados: Nos primeiros 12 meses, foram atendidos 892 pacientes, destes, 674 permaneceram ativos no último mês analisado (75%). No período de outubro de 2021 a setembro de 2022, a quantidade utilizada do medicamento no primeiro ano de utilização foi inferior à quantidade estimada, respectivamente, 13.670 e 158.000. A maioria dos indivíduos era do sexo feminino (67%) e a mediana de idade foi de 51 anos, o que está de acordo com as características de indivíduos com asma grave em outros estudos realizados no Brasil. Todas as regiões brasileiras tiveram registros de dispensação de medicamentos no primeiro ano de utilização, com maior frequência de usuários na região Sul (46%). Discussão e Conclusões: O monitoramento do omalizumabe revelou que os usuários possuem características similares à literatura. Observou-se que a maioria dos usuários identificados estavam em tratamento no último mês avaliado, o que indica alta persistência do tratamento Além disso, a quantidade utilizada foi menor que a estimada na incorporação. Essas análises são essenciais para gerar indicadores assistenciais e informar decisões sobre novos tratamentos no SUS, bem como para monitorar medicamentos já integrados.

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