Opus (May 2012)
O desenho como metodologia composicional: possíveis derivações da composição assistida por gráficos na música instrumental de Xenakis
Abstract
Mesmo conhecido pela formalização da sua técnica composicional, Xenakis seguidamente desenhava ao compor, o que para ele significava "liberdade de pensamento". Ao conceber tempo e espaço como uma série de pontos em uma reta, o compositor buscou uma equivalência entre música e arquitetura que lhe permitisse criar e manipular imagens sonoras através de imagens visuais; com o auxílio de gráficos ele trabalhou suas principais imagens sonoro-visuais: o glissando como linha, as arborescências, a manipulação de eventos massivos. Ao analisar seu processo criativo, pudemos refletir a respeito de modos de compor em que manipulações da ordem do visual tornam-se sonoras através da escritura instrumental: a partir do exemplo de Xenakis, apresentamos derivações desta abordagem em duas obras compostas pelo autor do presente artigo, Estudo e Escondido num ponto.