Revista Gestão e Desenvolvimento (Mar 2022)

CORPORAÇÕES MONOPOLISTAS: AS CONSEQUÊNCIAS AO BRASIL DA HEGEMONIA NA PRODUÇÃO E NO CONSUMO ALIMENTAR

  • Julice Salvagni,
  • Nicole de Souza Wojcichoski,
  • Marina Guerin,
  • Victória Mendonça da Silva

DOI
https://doi.org/10.25112/rgd.v19i1.2761
Journal volume & issue
Vol. 19, no. 1
pp. 225 – 244

Abstract

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Buscou-se compreender a maneira como a população brasileira produz e consome alimentos sob o controle das corporações agroindustriais, indicando as implicações do vigente sistema capitalista à vida em sociedade. Trazer ao debate a complexidade desse modelo sociopolítico e econômico é necessário para que se possam pensar alternativas que reduzam os danos dessa relação deletéria. Considera-se, portanto, que o consumo de alimentos no Brasil é controlado por corporações monopolistas que são responsáveis não só pela produção do alimento, como também pelo beneficiamento, distribuição e todas as etapas do processo. A agroindústria tem hegemonia na produção e na representação política parlamentar dos ruralistas, responsáveis por mudanças importantes nas leis do país, que beneficiam seus interesses na liberação de incentivos fiscais, liberação de uso de agrotóxicos e transgênicos e até mesmo queda ou manutenção de um presidente no poder. O controle na política e na produção também impacta nos aspectos geopolíticos, influenciando nas mudanças ambientais e sociais ao migrarem de uma região a outra por benefícios e incentivos fiscais, deixando o solo devastado, afetando pequenos produtores, agricultura familiar e causando gentrificação. Ademais, há impacto negativo na saúde de quem produz e de quem consome, dado o uso de transgênicos que demandam uma grande quantidade de fertilizantes e aditivos químicos.

Keywords