Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

Perfil dos primeiros pacientes com Hepatite C tratados com SIMEPREVIR na Bahia e os desfechos desta terapia

  • Jane Meire Magalhães Carneiro,
  • Rosemeire Dourado Costa Fernandes,
  • Mila Palma Pacheco,
  • Maria Gleide Cunha Rodrigues,
  • Christiane Vianna Cavalcante,
  • Jorge Viana dos Santos,
  • Marcia Cristina da Silva Ribeiro,
  • Suzana Márcia Nascimento

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2017.v2.s1.p.47
Journal volume & issue
Vol. 2, no. s.1

Abstract

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Introdução: A infecção pelo vírus da hepatite C é um problema de saúde pública, afeta 2,3 milhões de pessoas no Brasil e é responsável por 75% dos óbitos por hepatites virais. O principal objetivo do tratamento é eliminar a infecção pelo HCV e prevenir as complicações da doença. Em 2015 foram incorporados novos DAA ao SUS, com melhor eficácia e segurança que tratamentos anteriores. O objetivo deste estudo é identificar as características dos pacientes em uso de Simeprevir no primeiro ano de tratamento na Bahia e desfechos clínicos observados no tratamento. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo de caso quantitativo, que utilizou dados dos pacientes em uso de Simeprevir coletados de uma Farmácia do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF). Resultados: Entre novembro de 2015 e dezembro de 2016, 142 pacientes iniciaram tratamento com Simetprevir. A maioria (61,3%) era residente em Salvador. A faixa hetária variou de 31 a 78 anos, sendo que 38% tinham entre 50 e 59 anos e 43,7% eram idosos, com 60 anos ou mais. O genótipo mais identificado foi o 1 (92,9%), mas existiram 3 casos identificados como genótipo tipo 3 (18,3%). O grau de fibrose em sua maioria F3 com 31,7%, seguido se F2 com 29,6% dos casos, F4 com 19,7% e F1 com 7,7%. Foi uado Sofosbuvir associado com Simeprevir em todos os casos e a Ribavirina foi associada em 77 tratamentos, (54,4%). O tratamento ocorreu em 12 semanas em 88% dos casos e 24 semanas em somente sete pacientes. Foram efetuados poucos registros sobre evento adverso, mas citada a ocorrência de cefaléia, fagiga, boca seca, aumeto de peso, disfunção renal, nausea e dor abdominal. Nenhuum dos eventos motivou interrupção do tratamento. Apenas 49 pacientes (34,5%) apresentaram resultados de carga viral realizado seis meses após final do tratamento e 2 destes pacientes tiveram resultados positivos. Não foi possível coletar as informações necessárias à avaliação para todos os pacientes, devido falha nos registros e porque o paciente não retornou seu resultado de exame. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: Apesar de demonstratada boa eficácia nos estudos clínicos houve resultado de falha terapêuca nos poucos casos analisados que disponibilizaram exames. O perfil dos pacientes está de acordo coma literatura, composta em sua maioria de idosos e potadores do genótipo 1 com grau de fibrose elevado. O grande número de pacientes oriundo de Salvador alerta para as dificuldades no acesso ao tratamento, levando em consideração a dimensão territorial da Bahia. Este trabalho não apresenta o total de pacientes em uso destes novos medicamentos na Bahia e a falta de dados a respeito da resposta virológica e eventos adversos não permite uma conclusão sobre o desfecho da terapia. No entanto, são de extrema importância o acompnhamento e a publicação de informações referentes ao uso de novas tecnologias incorporadas ao Sistema Único de Saúde.