Debates em Psiquiatria (Oct 2017)

Antidepressivos, depressão na gravidez e autismo: qual é a real associação?

  • Amaury Cantilino,
  • Joel Rennó Jr,
  • Hewdy Lobo Ribeiro,
  • Juliana Pires Calvasan,
  • Jerônimo de A. Mendes Ribeiro,
  • Gislene Valadares,
  • Renan Rocha,
  • Antônio Geraldo da Silva

DOI
https://doi.org/10.25118/2236-918X-7-5-4
Journal volume & issue
Vol. 7, no. 5

Abstract

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No início dos anos 2010, pesquisadores levantaram a suspeita de que a exposição pré-natal a antidepressivos poderia contribuir para o aumento do risco de transtornos do espectro autista (TEA). Estudos de caso-controle reafirmaram esta ideia, enquanto que os estudos de coorte mostraram resultados inconsistentes. Os pesquisadores que utilizaram técnicas para controle de variáveis confundidoras, como idade materna, gravidade da depressão, tabagismo, consumo de álcool, obesidade, entre outras, não encontraram associação significativa entre antidepressivos na gravidez e TEA. O grupo de mulheres que tomam medicação é diferente do grupo daquelas deprimidas que não tomam, e talvez estes fatores expliquem as diferenças nas taxas de autismo encontradas na prole. Além disso, alguns estudos em famílias mostram taxas aumentadas de transtorno do humor nos pais de crianças com autismo, sendo também possível que haja uma sobreposição de fatores genéticos entre transtornos de humor e TEA, o que leva a um outro viés nas pesquisas sobre este assunto.

Keywords