Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Dec 2007)

Medicina intensiva na graduação médica: perspectiva do estudante Intensive care medicine on medical undergraduation: student's perspective

  • Alessandro de Moura Almeida,
  • Ligia Carvalho Albuquerque,
  • Almir Galvão Vieira Bitencourt,
  • Carlos Eduardo Cerqueira Rolim,
  • Tiana Mascarenhas Godinho,
  • Maurício Valverde Liberato,
  • Fernando Cezar Cabral Oliveira Filho,
  • Ana Bárbara Galvão de Azevedo,
  • Ana Paula Soares da Silva Neves,
  • Marcelo de Jesus Martins,
  • João Paulo Maciel Silva,
  • Paulo André Jesuíno,
  • Sydney Agareno de Souza Filho

DOI
https://doi.org/10.1590/S0103-507X2007000400009
Journal volume & issue
Vol. 19, no. 4
pp. 456 – 462

Abstract

Read online

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Acredita-se que existe uma deficiência no ensino de Medicina Intensiva (MI) na graduação da maioria das escolas médicas, levando a um prejuízo na formação acadêmica de futuros médicos. O objetivo deste estudo foi analisar o ensino e o grau de interesse em MI por estudantes de Medicina de Salvador-BA. MÉTODO: Estudo transversal realizado em 2005 entre estudantes do 6º ao 12º semestres de duas escolas médicas baianas. Utilizou-se um questionário auto-aplicável composto de questões objetivas sobre interesse, habilidades e conhecimentos dos estudantes sobre MI, bem como a sua opinião sobre o ensino dessa especialidade em sua faculdade. RESULTADOS: Foram entrevistados 570 estudantes. A maioria (57,5%) nunca realizou estágio em unidades de terapia intensiva (UTI). Contudo, a utilidade deste para o futuro profissional de um médico foi classificada como alta (média de 4,14 ± 1,05, numa escala de 1 a 5) pelos entrevistados. O interesse em MI foi considerado alto ou muito alto por 53,7% da amostra. Quase todos os alunos (97%) acreditam que tópicos de MI devam ser mais explorados em seus currículos. Apenas 42,1% sentiam-se seguros em avaliar um paciente gravemente enfermo, sendo essa segurança maior entre aqueles que já realizaram estágios em UTI (p BACKGROUND AND OBJECTIVES: There are deficiencies on Intensive Medicine (IM) teaching in most of medical undergraduate schools. Those deficiencies may imply damages on their clinical competence. The objective of this study was to analyze current status of IM teaching and the medical undergraduate student interest in this speciality. METHODS: A cross-sectional study was performed in 2005. We applied a self-reported questionnaire to enrolled students between the sixth and the last semesters of two medical schools from Salvador-Bahia. The questionnaire contained questions about students' interest and knowledge on IM, and opinion on IM teaching in their schools. RESULTS: We studied 570 students. Most of them (57.5%) had never realized a clerkship in intensive care unit (ICU) despite classifying its usefulness as high (mean of 4.14 ± 1.05, in a scale from 1 to 5). IM interest was high or very high in 53.7% of sample. Almost all students (97%) thought that IM topics should be more explored at their curriculum. Only 42.1% reported to be able to assess a critical care patient and this assurance was higher among students with previous clerkship in ICU (p < 0.001). Shock, cardiopulmonary resuscitation and sepsis were the most interesting topics in ICU for students' opinion. CONCLUSIONS: This study revealed a high interest in IM among medical undergraduate students. However, most had never practice a clerkship in ICU, demonstrating to be an important factor on undergraduate student performance faced to a critical care patient.

Keywords