Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

ANTIBITICOPROFILAXIA CIRÚRGICA EM UNIDADE DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE GOIÁS

  • Ariana Rocha Romão Godoi,
  • Juliane Amaral Toledo e Vieira,
  • Sorreyla Paulla F. Vasconcelos,
  • Tainara Nogueira Leão de Faria,
  • Tatiane Barbosa Mendes de F. Lemes,
  • Vanusia Rodrigues Leite,
  • Rejane Terezinha Barros Jaeger,
  • Adriana Oliveira Guilarde

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 101739

Abstract

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Introdução/Objetivo: A profilaxia cirúrgica é uma ferramenta importante na prevenção de infecções de sítio cirúrgico (ISC), sendo importante aliada à técnica cirúrgica apurada, bem como a outras medidas de prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). A despeito das evidências da literatura sobre indicações de antibioticoprofilaxia, droga de escolha, duração, observam-se muitas dificuldades na aplicação dessas diretrizes. Alcançar a profilaxia antimicrobiana cirúrgica em conformidade com todas as recomendações oficiais é uma tarefa que exige esforço multidisciplinar, uma vez que o processo envolve o corpo de enfermagem, anestesiologista, cirurgião, entre outros. O estudo objetiva caracterizar a adesão ao protocolo de antibioticoprofilaxia cirúrgica em hospital terciário de Goiânia. Métodos: Coorte descritiva de cirurgias realizadas em unidade de referência na cidade de Goiânia; período de janeiro a junho de 2021. O hospital dispõe de protocolo de profilaxia de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, OMS e CDC, e o material é divulgado à equipe assistencial, com acesso pela intranet da instituição. A execução das etapas da profilaxia é monitorada a partir de documento eletrônico preenchido no intraoperatório, que posteriormente gera relatório para avaliação pela equipe da infectologia, da indicação da profilaxia e intervalo entre administração e incisão cirúrgica. Os dados foram analisados, utilizando o Microsoft Excel, com cálculo de medidas de tendência central e dispersão. Resultados: Foram avaliadas 1434 cirurgias no período, distribuídas nas seguintes especialidades cirúrgicas: ortopedia (70,22%); otorrinolaringológica (10,95%); cirurgia geral (9,41%), outras (9,41%). A indicação da antibioticoprofilaxia foi adequada em 81% dos casos. Em 17% das cirurgias foi usado antibiótico profilático quando não havia indicação e em 2% não foi utilizado, quando estava recomendado. A média de realização do antibiótico no tempo oportuno (dentro da 1ª hora antes da incisão cirúrgica) foi de 88,0% (dp = 2,3). O início do antibiótico > 1h antes da incisão ocorreu em média de 9,4% (dp = 1,9), e após a incisão em 2,6% (dp = 1,5) das vezes. Conclusões: Os resultados mostram uma boa adesão ao protocolo, comparados aos dados publicados na literatura, com inconformidades que têm sido apresentadas e trabalhadas junto à equipe cirúrgica, a fim de difundir o protocolo e subsidiar sua aplicação na rotina assistencial, para a melhoria desses indicadores.