Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS AO PROCEDIMENTO COM TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NO SISTEMA DE SAÚDE DA MARINHA

  • SMF Alencar,
  • APC Beheregaray,
  • NG Siqueira,
  • JPR Motta,
  • RDS Evangelista,
  • LDM Silva,
  • JG Moreira,
  • EM Spada

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S266 – S267

Abstract

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O transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas é utilizado como estratégia terapêutica para doenças onco-hematológicas. A Marinha do Brasil (MB) é a primeira força armada brasileira a implantar o transplante de medula óssea, inovando o Sistema de Saúde da Marinha (SSM) desde 2014. O transplante autólogo é constituído das etapas: coleta das células-tronco hematopoiéticas (CTH), criopreservação das células e infusão. Objetivo: O objetivo deste trabalho é conhecer o perfil epidemiológico, por meio de dados clínicos e laboratoriais, dos pacientes submetidos ao tratamento com transplante autólogo de medula óssea (TMO) no SSM. Materiais e métodos: Os dados dos pacientes submetidos à coleta de CTH entre 2014 e 2020 foram compilados e analisados quanto ao seu perfil epidemiológico. Resultados: No universo temporal deste estudo, 56 pacientes foram atendidos pela Unidade de Transplante de Medula Óssea. Todos os pacientes realizaram a coleta de CTH e posterior criopreservação. Destes pacientes, 42 (75%) realizaram todas as etapas do transplante, ocorrendo a infusão das CTH, e os demais, 14 (25%) tiveram células criopreservadas para o transplante futuro. A maioria dos pacientes indicados para terapia com TMO apresentou diagnóstico de Mieloma Múltiplo (34), seguido por Linfoma (24) e Leucemia (1). A média de idade dos pacientes foi 52 (19-71) anos. Do total dos pacientes, 32 (57%) são homens e 24 (43%) são mulheres. A média de células-tronco infundidas ou células CD34+ foi de 3,01 (1,90-7,12) milhões/kg, com média de viabilidade em azul de Tripan de 88,89% (53-100%). Considerando como recuperação medular o terceiro dia consecutivo com granulócitos ≥ 500, a mediana do tempo de pega do transplante foi de 10 dias. A taxa de sobrevida dos pacientes até o centésimo dia após o transplante (D+100) foi 97,30% (n = 35). Discussão: Estudar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos aos procedimentos para TMO é útil para planejamento das ações dos serviços, garantindo que sejam ofertados serviços de qualidade. Conclusão: A apresentação destes resultados visa contribuir para identificação inicial da população dos pacientes transplantados, a observação e a compreensão do impacto das ações em saúde implantadas no SSM na área onco-hematológica. Desta forma, vislumbra-se que este estudo poderá contribuir para futuras pesquisas científicas na área de transplante de medula óssea autólogo.