Ação Ergonômica (Jan 2024)

LE TRAVAIL EN TANT QU’ACTIVITE DE RECUPERATION (TRABALHO COMO ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO)

  • Gustavo Murta Ferreira Duca,
  • Francisco de Paula Antunes Lima

DOI
https://doi.org/10.4322/rae.v18n2.e202401
Journal volume & issue
Vol. 18, no. n2
pp. 1 – 11

Abstract

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A atividade de recuperação é definida como o trabalho necessário para restabelecer a normalidade diante de falhas, desajustes ou perturbações no processo. A recuperação não se limita a reparos, mas inclui ajustes e regulações para manter o funcionamento adequado do sistema. Este artigo explora a atividade de recuperação no contexto do trabalho, uma resposta a desvios e disfunções contínuos, muitas vezes causados por automação inadequada e degradação dos equipamentos. É exemplificado como a automação pode criar necessidades inesperadas de recuperação e como a deterioração das máquinas exige esforços contínuos dos trabalhadores frente às condições variáveis e, muitas vezes, disfuncionais do ambiente de trabalho. A análise inclui também a carga mental associada à recuperação, como a ansiedade gerada pela incerteza na identificação e resolução de falhas e a sobrecarga causada por incidentes não resolvidos. A racionalização cientifica do trabalho tende a negligenciar a importância da recuperação, transformando a atividade em algo mais maquinal. A recuperação é colocada no centro do trabalho humano, com a proposição de que a máquina deve lidar com a produção, enquanto o homem se encarrega da recuperação. O artigo sugere que as atividades de produção são aprendidas, enquanto as atividades de recuperação são adquiridas através da experiência. A análise psicológica do trabalho deve, portanto, incluir uma consideração detalhada das atividades de recuperação para compreender completamente a experiência do trabalhador e a eficácia das práticas. Assim, destaca-se que a recuperação não é apenas uma função técnica, mas também um aspecto fundamental da experiência e do trabalho.

Keywords