Working Papers em Linguística (Sep 2022)
Tecendo a história do léxico da língua portuguesa no Brasil com os fios das telas dos atlas linguísticos
Abstract
Este estudo tem como objetivo demonstrar por meio de cartas lexicais de atlas linguísticos estaduais a contribuição das várias etnias na formação do português brasileiro (PB). Com base nos princípios teórico-metodológicos da Dialetologia e da Geolinguística (CUNHA 1986; SILVA NETO,1957; COSERIU,1991; entre outros) e na sócio-história do PB (SILVA NETO, 1963; DIÉGUES JÚNIOR, 1980; MATTOS E SILVA, 2002, PETTER, 2008), buscamos verificar a relação entre os dados geolinguísticos e a história dos vários movimentos sociais que se operaram no Brasil, sobretudo, entre os séculos XVI e XIX. Para a análise, trabalhamos com os dados de cartas de atlas concluídos e/ou publicados, a saber: Atlas Prévio dos Falares Baianos (ROSSI, 1963), Esboço de um Atlas Linguístico de Minas Gerais (RIBEIRO et al., 1977), Atlas Linguístico da Paraíba (ARAGÃO e MENEZES, 1984), Atlas Linguístico de Sergipe (FERREIRA et al., 1987), Atlas Linguístico do Paraná (AGUILERA, 1994), Atlas Linguístico de Sergipe II (CARDOSO, 2005), Atlas Linguístico do Paraná II – (ALTINO, 2007), Atlas Linguístico do Amazonas - (CRUZ, 2004), Atlas Linguístico de Pernambuco (SÁ, 2013), Atlas Linguístico do Amapá (RAZKY et al., 2017), Atlas Linguístico e Etnográfico de Alagoas (DOIRON, 2017) e Atlas Linguístico Topostático e Topodinâmico do Tocantins (SILVA, 2018). Dentre outras questões, os dados apontam, de um lado, a disseminação e o fortalecimento de formas do português culto e, de outro, a gradativa perda dos traços das línguas que o compuseram.
Keywords