Psicologia em Revista (Aug 2010)
Dizer o sofrimento: fenomenologia, cognitivismo, pragmática
Abstract
As experiências existenciais comportam um aspecto subjetivo e não podem receber uma expressão que as tornam integralmente comunicáveis. Mas isso não implica a aceitação do solipsismo a que condenam as filosofias da consciência, como a fenomenologia husserliana ou sartreana. E se o cognitivismo mostra que, na experiência subjetiva, há um suplemento não objetivável, a hermenêutica indica como é possível, pela linguagem narrativa, conceber certa comunicabilidade, embora semanticamente limitada, dos estados subjetivos. A Psicologia cognitiva, de outra maneira, com base na teoria das categorias e da ideia de aprendizagem, aponta para um universal parcial, tornando possível certa comunicação das emoções. No entanto, é somente na ação comum, na pragmática, que as hipóteses interpretativas podem superar sua indeterminação e ser eventualmente confirmadas