Revista Criação & Crítica (Sep 2020)
A expressão do absurdo existencial
Abstract
Escritor consagrado da literatura egípcia moderna, Yūsuf Idrīs retrata tanto a realidade de seu tempo em produções de cunho social quanto um mundo absurdo em autorreflexão e busca existencial. Este último caracteriza o seu conto “A viagem” aqui apresentado, cuja tradução pretende refletir os absurdos do original em assunto, ritmo e estilo narrativo. Logo, a tradução do conto manteve construções árabes pouco comuns, como o uso de ordem sintática invertida (com o verbo no final da sentença), a repetição de palavras e expressões, o uso recorrente da reticência e a preferência de orações coordenadas a subordinadas. Outro aspecto complexo da tradução são os coloquialismos egípcios, usados pelo narrador para se dirigir a diferentes personagens de forma depreciativa e satírica, e que buscou-se traduzir por coloquialismos de sentidos e usos semelhantes em língua portuguesa.