Geologia USP. Série Científica (Dec 2020)
Petrografia e geoquímica de pegmatitos básicos da Província Ígnea do Paraná, no sudoeste do estado do Paraná
Abstract
No sudoeste do estado do Paraná ocorre grande concentração de pegmatitos básicos hospedados em derrames da Província Ígnea do Paraná. Apesar de estudos de detalhe recentes com esses pegmatitos, há a necessidade de compreender as características e os processos de formação, realizando uma correlação em escala regional. Dados petrográficos e geoquímicos de trabalhos anteriores foram reunidos em um banco de dados. Juntamente com cristais 5 a 20 vezes maiores que cristais do basalto hospedeiro, é possível observar que os pegmatitos possuem associação mineral muito similar, com plagioclásio, augita e minerais opacos como principais fases minerais. Nos pegmatitos, esses minerais ocorrem sob a forma de fenocristais e microfenocristais juntamente com micrólitos derivados da devitrificação da matriz. Também possuem cristais com hábito esqueletal, augita em leque e intercrescimento simplectito, além de mesóstase vítrea, evidenciando rápido resfriamento. Geoquimicamente, os pegmatitos são rochas mais evoluídas, formadas por fracionamento do plagioclásio, augita, óxidos de Fe-Ti e apatita. Com a ajuda da análise de componentes principais e diagramas multielementares foi possível definir seis grupos de pegmatitos geoquimicamente semelhantes e espacialmente próximos. Todos os pegmatitos estudados estão hospedados em derrames do Tipo 1 (baixo SiO2, Zr, TiO2 e P2O5), sendo a maioria nos derrames de Tipo 1 Centro-Norte e raros de Tipo 1 Sul. Derrames desse tipo são comumente pahoehoe, essencial para a formação dos pegmatitos, enquanto derrames basálticos de outros tipos, mais evoluídos, costumam ter maior ocorrência de derrame rubbly pahoehoe ou a’a’, o que poderia explicar a falta de ocorrências descobertas em derrames desses tipos.