Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)
PERFIL INICIAL DOS ATENDIMENTOS NO AMBULATÓRIO DE HEMATOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS-MG
Abstract
Introdução: O ambulatório de hematologia da UNIFAL-MG acontece semanalmente em Alfenas (MG) e conta com a participação dos alunos do internato do curso de medicina. Atende pacientes adultos advindos de Alfenas e de mais 47 municípios do sul de Minas e é uma importante ferramente de diagnóstico e seguimento da especialidade na região. Levantamos o perfil dos atendimentos para melhor traçar estratégias de atuação da liga de Hematologia da comunidade. Material e métodos: Análise do software de agendamento de consultas e cadastro de pacientes utilizado no centro de especialidades médicas da UNIFAL-MG. Resultados e discussão: O ambulatório teve seus atendimentos iniciados no final de 2018 e, até 31 de julho de 2023, teve 253 novos pacientes com seis a oito atendimentos semanais incluindo primeiras consultas e retornos. Dentre todos estes pacientes, 150 (59,3%) identificaram-se como gênero feminino e 103 (40,7%) masculino; não atendemos ainda nenhuma pessoa sem gênero identificado ou que se autodeclarasse transgênero. As idades dos pacientes atendidos variou de 15 a 88 anos. Dentre mullheres cis, os atendimentos foram equânimes entre as faixas etárias, com pequeno aumento entre 36 e 50 anos (30%) e com anemia ferropriva como diagnóstico mais prevalente nos encaminhamentos. Dentre homens, a faixa etária que mais foi encaminhada ao nosso ambulatório foi a acima de 65 anos, com trombocitopenia como motivo mais frequente de encaminhamentos. Os motivos de encaminhamentos avaliando todas as idades e gêneros foram, em ordem descrecente: anemia, investigação da etiologia de tromboembolismo venoso, trombocitopenia, trombocitose, distúrbios numéricos de leucócitos, aumento de ferritina sérica, poliglobulias, pancitopenia, esplenomegalia, linfadenomegalia, distúrbios de coagulação, hemoglobinopatias. A principal etiologia das anemias investigadas dentre mulheres em idade menstrual foi ferropriva, com maior prevalência na faixa etária entre 36 e 50 anos. Os dados de literatura que demonstram perfis de atendimentos em ambulatórios de hematologia no Brasil são semelhantes aos encontrados no nosso serviço. Dentre todas as etiologias de trombocitopenia, nos chamou atenção que mais de 80% foi em decorrência de hipertensão portal cirrótica, o que nos surpreendeu e despertou necessidade de trabalharmos o etilismo em nossa região. Conclusão: Aprofundar o perfil epidemiológico dos atendimentos de hematologia da nossa região nos permitirá atuar com mais assertividade e resolutividade na prevenção e tratamento das principais doenças encontradas. Só conseguiremos melhorar índices terapêuticos e profiláticos se conhecermos bem a população atendida.