Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍNDROME MIELODISPLÁSICAS NO CEARÁ 2013-2023

  • JFC Sampaio,
  • WLA Costa,
  • IGB Rocha,
  • LCC Temoteo,
  • PF Kalume,
  • SL Vasconcelos,
  • JL Vasconcelos,
  • VA Lavor,
  • MCQL Verde,
  • AS Mota

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1144

Abstract

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Objetivos: A síndrome mielodisplásica corresponde a um grupo heterogêneo de malignidades clonais hematológicas por insuficiência hematopoiética definido por citopenias, displasia morfológica, apoptose desregulada, múltiplos eventos genômicos e desregulação imunológica. Estudos denotam maior prevalência com o acréscimo da idade, contudo pouco é relatado sobre o contexto cearense. O objetivo desse estudo é realizar uma análise dos dados epidemiológicos da Síndrome Mielodisplásica no Ceará no período entre 2013-2023. Materiais e métodos: Este estudo possui caráter transversal e descritivo baseado na coleta de dados referentes às estatísticas de Síndromes Mielodisplásicas no Ceará no período entre 2013 e 2023, tais estatísticas foram obtidas por meio da ferramenta TABNET do “Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde”(DATASUS), na aba “Epidemiológicas e Morbidade”com informações do PAINEL-Oncologia e do ícone “Estatísticas Vitais - Mortalidade: desde 1996 pela CID-10 ”. A coleta de dados foi feita no mês de junho de 2024, com as variáveis: “casos por ano de diagnóstico”; “faixa etária”; “sexo”; “região de saúde”e “óbitos”relacionados a Síndrome Mielodisplásica. Foram analisados 4 artigos coletados na base de dados PubMed para o embasamento teórico deste estudo. Para tabular os dados, foi utilizado o software Google Planilhas. Resultados: A respeito do sexo, nota-se predominância ao sexo feminino (55,3%) em relação ao masculino (44,7%). Quanto à distribuição etária geral tem-se 70 a 74 anos a mais acometida (16,5%) e de 0 a 19 anos a menos acometida (1,3%), entre as faixas etárias outras destacam-se como: 12,8% entre 60 e 64 anos, 13,2% de 65 a 69 anos, 15,9% com 80 anos ou mais. Sobre a mortalidade dos pacientes acometidos pela doença, foram notificadas 273 declarações de óbitos até 2021. Nesse cenário, pontua-se 2017 com maior ocorrência de óbitos (18,3%) e 2020 com menor (7,3%). Constata-se que ocorrem 30 óbitos em média anualmente. Além disso, a principal localidade é Fortaleza com 67,4% dos casos. Discussão: Os resultados dessa pesquisa revelam uma leve predominância do sexo feminino em relação ao masculino, o que pode sugerir uma maior vulnerabilidade das mulheres a esta doença ou refletir aspectos relacionados ao comportamento de busca por cuidados de saúde. Há predileção em pacientes acima dos 60 anos, principalmente mulheres. Os percentuais variam e não demonstram platô ou queda de incidência significativa da doença. Presume-se, então, que há aumento das notificações da doença e, por conseguinte, da sua incidência. A mortalidade anual média é relativamente estável, mas esses picos e vales podem indicar variações anuais nos fatores de risco ou na eficácia dos tratamentos disponíveis. A maioria dos casos registrados na capital pode ser devido à maior densidade populacional, melhor infraestrutura de saúde e maior acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento em comparação com outras áreas. Conclusões: Conclui-se que o presente estudo é relevante em analisar o perfil epidemiológico da síndrome mielodisplásica no contexto estadual para prática clínica, visto que auxilia a entender a incidência, fatores de riscos e mortalidade. Pois, evidencia-se recorrência prioritária em mulheres entre 35 a 80 anos quando comparado aos homens de mesma idade, tratamento quimioterápico como primeira escolha e alta taxa de mortalidade.