Revista Brasileira de Geomorfologia (Oct 2017)

COMPORTAMENTO DE ANÁLISES EM SUPERFÍCIE PLANIMÉTRICA E MODELADA FRENTE A REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS E ÍNDICES GEOMORFOLÓGICOS - BACIA DO RIO CUIABÁ - PETRÓPOLIS (RJ)

  • Manoel do Couto Fernandes,
  • Luis Felipe Barreto de Oliveira,
  • Igor Vieira Vargas Colares,
  • Rodrigo Sá de Araújo,
  • Pedro Henrique Muniz Lima

DOI
https://doi.org/10.20502/rbg.v18i4.1210
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 4

Abstract

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Existe uma série de alternativas para trabalhar com a dimensionalidade dos elementos de uma paisagem, e mesmo assim o geoprocessamento possui uma limitação estabelecida pela não consideração da irregularidade do espaço a ser analisado. Neste sentido, a análise em superfície modelada apresenta uma acuracidade maior no que tange a mensurações na paisagem, como é o caso de análises geomorfológicas. Com o intuito de fornecer mais um subsídio de como as diferentes observações em superfície planimétrica e modelada podem se comportar mediante as mensurações morfológicas, o presente trabalho busca comparar resultados de índices geomorfológicos obtidos a partir destes dois tipos de observações na bacia do rio Cuiabá, localizada no município de Petrópolis (RJ). Todo estudo foi desenvolvido na escala de 1:10.000, compilada das bases topográficas onde foram construídos os índices geomorfológicos em superfície planimétrica, tais como Gradiente topográfico (Gt), Densidade de drenagem (Dd) e Índice de Eficiência de Drenagem (IED). Estes índices foram extraídos para as 41 bacias de segunda ordem que compõem a bacia do Rio Cuiabá. Os índices Dd e IED foram aplicados à superfície modelada a partir de um modelo digital de elevação (MDE), que teve como fonte os dados planialtimétricos da base cartográfica. Além destes dois índices, foi considerado também o eixo de concavidade para estas bacias de segunda ordem, o qual faz parte do sistema de escoamento superficial juntamente com a hidrografia. Resultados mostraram um significando aumento dos valores de área de bacia e comprimento de drenagem para superfície modelada em relação à planimétrica, respectivamente 18,8% e 5,31%. Quando somado o eixo de concavidade à hidrografia, foi obtido um percentual de diferença de 8,19% para a drenagem total. Estes valores foram decisivos para a modificação dos resultados de Densidade de drenagem e do Índice de Eficiência de Drenagem, os quais tiveram um decréscimo médio de respectivamente -9,52% e -9,62%. Com isto, as representações cartográficas geradas a partir das observações em superfície modelada apresentaram diferenciações em relação às elaboradas com observações planimétricas. Além disso, o uso das observações em superfície modelada se apresentou mais representativo quando da análise dos resultados frente aos movimentos de massa investigados na área de estudo. Este quadro aponta para novas possibilidades de análises morfométricas, pois estas observações podem ser utilizadas em outras investigações ou em novas interpretações geomorfológicas, apurando cada vez mais o entendimento das dinâmicas hidrológicas e erosivas de uma paisagem.

Keywords