Revista Brasileira de Cartografia (May 2016)

AVALIAÇÃO DA EXPANSÃO DA INFRAESTRUTURA EM ESGOTAMENTO SANITÁRIO NA MANCHA CONURBADA DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: 2000 A 2010

  • Grazielle Anjos Carvalho,
  • Ana Clara Mourão Moura,
  • Monica Amaral Haddad

Journal volume & issue
Vol. 68, no. 1

Abstract

Read online

A Região Metropolitana de Belo Horizonte é composta por 34 municípios e apresentou diferentes eixos de crescimento (norte, sul e oeste) ao longo do tempo, sobretudo nos últimos 10 anos. Esse crescimento aconteceu principalmente em 19 municípios, que compõem um conjunto onde se encontra 79.68% da população da RMBH, e onde vivem 4.314.967 habitantes. Contudo, observa-se que a instalação de infraestrutura, sobretudo a de esgotamento sanitário, não acompanhou o crescimento populacional. O artigo tem como objetivo identificar as áreas prioritárias para investimento em esgotamento sanitário na zona conurbada da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) - MG, Brasil. A metodologia é composta pela monitoria temporal da mancha conurbada de RMBH, que identifica as áreas onde aconteceu o espraiamento da mancha urbana, seguida do cruzamento desta mancha com a análise dos domicílios atendidos por esgotamento sanitário. Como resultado são apresentados o mapa e a análise dos investimentos em esgotamento sanitário correspondente ao período de 2000 a 2010. O cruzamento dos mapas de investimento em esgotamento sanitário com o de crescimento da mancha urbana revela que foi pequeno o investimento em infraestrutura de esgotamento sanitário nas áreas onde houve crescimento da mancha urbana. Observa-se que a maior parte dos investimentos, com incremento da infraestrutura, aconteceu nas áreas de ocupação já existente, mas que ainda eram frágeis quanto à oferta do serviço. A análise final demonstra que já existiam áreas ocupadas com carência de esgotamento sanitário, e os recursos foram destinados a elas, mas as novas áreas de manchas urbanas, resultantes de espraiamento da ocupação, foram negligenciadas no atendimento pela infraestrutura. No cômpito geral, observa-se ainda muita fragilidade nos serviços de infraestrutura de esgotamento sanitário, e indica-se esta variável como importante forma de mensuração de desenvolvimento social para a realidade brasileira.