Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento (Aug 2022)
Prevalência de insatisfação corporal e risco de transtornos alimentares em alunos concluintes de nutrição
Abstract
A insatisfação com a imagem corporal e a pressão para ter um corpo bonito que poderá servir de marketing profissional torna o aluno do curso de nutrição um forte candidato a desenvolver transtornos alimentares. O objetivo do presente estudo foi verificar a prevalência do risco de transtornos alimentares em alunos de nutrição, bem como avaliar a satisfação corporal e a visão da importância da aparência física na prática profissional. Trata-se de uma pesquisa transversal, com alunos do último período da graduação em Nutrição de uma instituição privado localizada no interior do Estado do Rio de Janeiro. Utilizou-se um questionário para traçar o perfil da amostra, a escala de silhueta para verificar a insatisfação corporal e o EAT-26 para mensurar o risco de desenvolvimento de transtornos alimentares. Ao total, participaram 20 acadêmicos, com média de idade foi de 22,7 + 2,1 anos e maioria do sexo feminino (n=17). Houve predomínio de insatisfação corporal (70%), e a maioria dos estudantes entrevistados deseja emagrecimento (n=13). A mediana de pontuação do EAT-26 foi de 11,5 pontos (1-28), com 20% (n=4) de prevalência para surgimento de transtornos alimentares. O risco de transtorno alimentar teve correlação com idade (r=0,49; p=0,02) e associação com ter filhos (U=15,5; p=0,04). Conclui-se que é preocupante o fato dos acadêmicos sentirem-se pressão para ter um corpo esteticamente bonito em função da profissão escolhida, pois a busca por este ideal pode desencadear práticas que resultarão em transtornos alimentares.