Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
IBRUTINIBE E ZANUBRUTINIBE NO TRATAMENTO DA MACROGLOBULINEMIA DE WALDENSTRÖM: COMPARAÇÃO DE EFICÁCIA E SEGURANÇA
Abstract
Objetivo: Realizar análise comparativa entre eficácia e segurança do zanubrutinibe e ibrutinibe no tratamento da Macroglobulinemia de Waldenström pela avaliação de estudos clínicos. Materiais e métodos: Foram utilizadas as bases de dados ClinicalTrials.gov e PubMed, filtrando pelas palavras-chave: “Lymphoplasmacytic Lymphoma”, “Waldenström's Macroglobulinemia”, “Zanubrutinib”, “Ibrutinib”e “Bruton's tyrosine kinase”. A partir da lista de artigos gerados, foram excluídos os estudos que: (I) não estavam relacionados à Macroglobulinemia de Waldenström; (II) não utilizaram os medicamentos zanubrutinibe e ibrutinibe. Resultados: Observamos uma eficácia semelhante entre zanubrutinibe e ibrutinibe, porém o primeiro apresenta um perfil de segurança mais aprimorado devido sua menor quantidade de efeitos adversos como neutropenia, infecção respiratória e diarréia quando comparado aos efeitos colaterais do ibrutinibe que são além desses, também: espasmos musculares, edema periférico e fibrilação cardíaco. Em um dos estudos, 23% dos pacientes que utilizaram ibrutinibe precisaram reduzir a dose devido aos efeitos adversos, enquanto apenas 14% dos pacientes que receberam zanubrutinibe necessitaram reduzir a dose. Em outro estudo, os níveis médios de IgM foram reduzidos em 79% e 72% para pacientes com zanubrutinibe e ibrutinibe, respectivamente. Discussão: O linfoma linfoplasmocitário/tipo macroglobulinemia de Waldestrom é uma doença rara das células B caracterizada pela produção monoclonal de imunoglobulinas M, conhecidas como macroglobulinas. É uma forma indolente de linfoma não-Hodgkin de células B e manifesta-se com sintomas brandos como astenia, problemas de visão, sangramento purpúrico, linfoadenomegalia e alterações neurológicas. O tratamento inicialmente previsto para essa doença é o ibrutinibe, um inibidor de tirosina quinase de Bruton (BTK) de primeira geração, uma quinase que apresenta um papel de sinalização oncogênica essencial na sobrevivência de células B leucêmicas. Entretanto, devido aos efeitos adversos e ao desenvolvimento de resistência na maioria dos pacientes que o utilizam, fez-se necessário novos estudos com medicamentos. O zanubrutinibe foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Brasil em 2023. Ele primeiramente foi previsto para outras doenças malignas, mas devido seu mecanismo de inibição da tirosina quinase de Bruton (BTK) e redução do crescimento tumoral, também pode ser recomendado nesse caso. Isso por conta da ligação do medicamento ao sítio ativo da BTK onde há resíduos de cisteína, formando ligações covalentes e tendo por consequência a inibição da proliferação de células B malignas. Além de apresentar uma seletividade maior que o ibrutinibe, podendo atingir uma disponibilidade plasmática mais elevada e um potencial reduzido para interação medicamentosa. Dado o exposto, o ibrutinibe como resistência e intolerância, torna-se importante medicamento para análise comparativa entre os dois. Conclusão: Os dados apresentados indicam uma eficácia semelhante entre os medicamentos zanubrutinibe e Ibrutinibe. Entretanto, o perfil de segurança do primeiro se revelou mais aprimorado. Pacientes com mutação no receptor de quimiocina CXC4 apresentaram melhores taxas de resposta, destacando a capacidade do medicamento zabrutinibe de melhorar a qualidade de vida e otimizar o prognóstico dos pacientes.