Revista Portuguesa de Cardiologia (Mar 2020)

Patient and system delays in the treatment of acute coronary syndrome

  • Marta Viana,
  • Olga Laszczyńska,
  • Carla Araújo,
  • Andreia Borges,
  • Vítor Barros,
  • Ana Isabel Ribeiro,
  • Paula Dias,
  • Maria Júlia Maciel,
  • Ilídio Moreira,
  • Nuno Lunet,
  • Ana Azevedo

Journal volume & issue
Vol. 39, no. 3
pp. 123 – 131

Abstract

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Introduction: Early reperfusion for patients with ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI) is indicated by the European Society of Cardiology, while a timely invasive strategy is recommended for patients with high-risk and intermediate-risk non-ST-elevation acute coronary syndromes (NSTE-ACS). This study aims to assess patient and system delays according to diagnosis and risk profile, and to identify predictors of prolonged delay. Methods: We assembled a cohort of patients (n=939) consecutively admitted to the cardiology department of two hospitals, one in the metropolitan area of Porto and one in the north-east region of Portugal, between August 2013 and December 2014. Results: The proportion of patients with time from symptom onset to first medical contact (FMC) ≥120 min was highest among high-risk NSTE-ACS (57.7%), followed by intermediate-risk NSTE-ACS (52.1%) and STEMI (43.3%). Regardless of diagnosis and risk stratification, use of own transportation and inability to interpret cardiac symptoms correctly were associated with prolonged delays. Regarding system delays, we found that 78.0% of patients with STEMI and 65.8% of patients with high-risk NSTE-ACS were treated in a timeframe exceeding the recommended limits. Admission to a non-percutaneous coronary intervention-capable hospital, admission on weekends and complications at admission were associated with prolonged delays to treatment. Conclusions: Due to both patient and system delays, a large proportion of STEMI and high-risk NSTE-ACS patients still fail to have access to timely reperfusion. Resumo: Introdução: Atualmente, as normas de orientação clínica da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC) recomendam uma estratégia de reperfusão precoce tanto nos doentes com enfarte agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (EAMcST) como nos doentes com síndrome coronária aguda sem elevação do segmento ST (SCAsST) de alto-risco ou risco-intermédio. O objetivo deste estudo foi, considerando o diagnóstico e o perfil de risco dos doentes, avaliar a demora atribuível aos doentes e ao sistema de saúde e identificar preditores de uma demora superior ao recomendado. Métodos: Recrutamos uma coorte de doentes com SCA (n=939) admitidos consecutivamente nos serviços de cardiologia de dois hospitais, um na área metropolitana do Porto e um na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, entre agosto de 2013 e dezembro de 2014. Resultados: A proporção de doentes com tempo ≥120 minutos entre os sintomas e o primeiro contacto com o médico foi de 43,3% nos doentes com EAMcST, 57,7% nos doentes com SCAsST de alto risco e 52,1% nos doentes com SCAsST de risco intermédio. Os doentes que utilizaram transporte próprio e que não reconheceram os sintomas como cardíacos demoraram mais tempo até ao primeiro contacto com o médico. Relativamente aos atrasos atribuíveis ao sistema, 78,0% dos doentes com EAMcST e 65,8% dos doentes com SCAsST de alto-risco demoraram mais tempo do que o recomendado. Ser admitido num hospital sem capacidade de tratamento, ser admitido durante o fim de semana e ter complicações na admissão foram os fatores que contribuíram para os atrasos no tratamento. Conclusões: Os resultados mostram que uma grande proporção de doentes com SCA é tratada depois do tempo recomendado, limitando o benefício da terapêutica de reperfusão.

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