Revista Brasileira de Entomologia (Mar 2005)

Resposta à temperatura de Aphidius colemani Viereck (Hymenoptera, Braconidae, Aphidiinae) originário de três regiões climáticas de Minas Gerais, Brasil Response to temperature of Aphidius colemani Viereck (Hymenoptera, Braconidae, Aphidiinae) from three climatic regions of Minas Gerais state, Brazil

  • Marcus Vinicius Sampaio,
  • Vanda Helena Paes Bueno,
  • Sandra Maria Morais Rodrigues,
  • Maria da Conceição de Menezes Soglia

DOI
https://doi.org/10.1590/S0085-56262005000100016
Journal volume & issue
Vol. 49, no. 1
pp. 141 – 147

Abstract

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O parasitóide Aphidius colemani Viereck, 1912 apresenta alta mortalidade em temperaturas constantes superiores a 25°C. Provavelmente esta é a causa do insucesso no controle biológico de Aphis gossypii Glover, 1877 com o uso de A. colemani em temperaturas elevadas em casas de vegetação. Este trabalho teve como objetivo avaliar a resposta a diferentes temperaturas de indivíduos de A. colemani, originários de diferentes regiões climáticas do estado de Minas Gerais. Indivíduos de A. colemani foram coletados nos municípios de Juramento, Lavras e São Gotardo, e criados em laboratório por três gerações em A. gossypii em plantas de pepino, em sala climatizada (22±2°C, 70±10 UR e 12h de fotofase). Uma fêmea de A. colemani, acasalada e com 24-48h de vida, foi liberada por um período de uma hora em uma placa de Petri (15 cm) contendo 20 ninfas de 2° ínstar de A. gossypii em um disco foliar de pepino (4 cm de diâmetro) sobre uma solução ágar/água a 1%. Os pulgões parasitados foram mantidos em câmaras climáticas nas temperaturas de 16, 19, 22, 25 e 28±1ºC, com UR de 70±10% e fotofase de 12h. Nas temperaturas de 16 e 28°C, a emergência dos parasitóides originários de Juramento (65,9 e 35,4%) e São Gotardo (71,4 e 47,6%) foi significativamente inferior àquelas encontradas para os de Lavras (87,1 e 80,9%). A temperatura mais adequada para o desenvolvimento de indivíduos de A. colemani oriundos de Lavras foi mais alta do que para aqueles oriundos de Juramento e São Gotardo. Indivíduos de Lavras apresentaram alta emergência a 28°C, demonstrando a existência de indivíduos de A. colemani com tolerância a temperaturas mais altas. Esses resultados abrem novas perspectivas quanto a possibilidades de utilização de diferentes biótipos de A. colemani no controle biológico de A. gossypii em cultivos protegidos.The parasitoid Aphidius colemani Viereck, 1912 presents higher mortality at constant temperatures above 25°C, and probably it is the cause of the failure on the biological control of Aphis gossypii Glover, 1877 when this parasitoid is used at higher temperatures in greenhouses. The aim of this work was to evaluate the influence of different temperatures on individuals of A. colemani from different climatic regions of Minas Gerais state, Brazil. Individuals of A. colemani were collected in the localities of Juramento, Lavras and São Gotardo, and reared in laboratory (22±2°C, 70±10% RH and 12h photophase) for three generations in the host A. gossypii, on cucumber plants. One mated female of A. colemani, 24-48 h old, was released for one hour, in a Petri dish (15cm) with 20 nymphs of 2nd instar of A. gossypii on a leaf disk of cucumber (4 cm of diameter) laid on a layer of agar-water (1%). The parasitized aphids were kept at 16, 19, 22, 25 and 28±1°C, 70±10% RH and 12h photophase. The emergence rates of individuals from Juramento (65.9 and 35.4%) and São Gotardo (71.4 and 47.6%) were lower compared to those from Lavras (87.1 and 80.9%) at 16 and 28°C. The more suitable temperature for the development of A. colemani from Lavras was higher than those for individuals from Juramento and São Gotardo. The individuals from Lavras showed highest emergence at 28°C, and this demonstrated the existence of individuals of A. colemani with tolerance to higher temperatures. These results open news perspectives on the use of different strains of A. colemani on biological control of A. gossypii in protected cultivation.

Keywords