Revista de História da Educação Matemática (Dec 2022)

A FEIRA LIVRE COMO LUGAR DE CONHECIMENTO MATEMÁTICO SOCIOCULTURAL: Um estudo de caso sobre a Feira Livre de São José de Piranhas - PB

  • Valéria Roberto da Silva,
  • Ana Paula Cruz,
  • Francisco Aureliano Vidal

Journal volume & issue
Vol. 8

Abstract

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O trabalho na feira popular é permeado por saberes matemáticos, com os quais o presente trabalho visa colaborar, mesclando esses saberes a outros conhecimentos. Pretendemos partir de um prisma histórico-cultural, acerca dos saberes matemáticos contidos nesse ambiente popular. O recorte espacial da pesquisa foi a Feira Livre de São José de Piranhas, cidade localizada no alto sertão paraibano, tendo como foco seus sujeitos participantes – feirantes e fregueses –, buscando investigar como esses sujeitos aplicavam conhecimentos matemáticos em suas estratégias de quantificação e aferição de valor. A base teórica da presente pesquisa foram os estudos de Ubiratan D’Ambrósio (1990; 2006; 1008) e Gelsa Knijnik (2012), acerca da Etnomatemática; Michel de Certeau (1994), teórico do campo da história, o qual lança olhar sobre as atuações humanas do cotidiano; e Lucila Delgado (2006), no que tange à utilização de técnica de coleta de dados referentes à oralidade, entre outros de igual valor. Caracteriza-se, também, como um estudo de caso, porque há um foco de observação em uma espacialidade particular – a Feira Livre de São José de Piranhas, PB –, por compreensão de que este lugar, pela manutenção de técnicas passadas relacionadas à feira, representa uma amostra histórica reveladora de práticas matemáticas. Este estudo nos permitiu entender a Feira de São José de Piranhas-PB como um local onde seus protagonistas ativam seus órgãos sensoriais, pela profusão de produtos alimentícios; estabelecem relações sociais e até afetivas; experenciam saberes matemáticos formais e não formais, muitos destes repassados por seus antecessores familiares.

Keywords