Fronteiras (Dec 2018)
A memória fardada: a criação do Museu Histórico Nacional e as relíquias do Contestado
Abstract
O Museu Histórico Nacional foi idealizado para ser um espaço de memória das tradições militares do Brasil. Comprova-o o acervo que deu origem ao museu em 1922 e a trajetória e compromisso político do seu idealizador, Gustavo Barroso. A proposta deste artigo é refletir sobre os vínculos entre a perspectiva de memória e história de Gustavo Barroso e seus estreitos vínculos com o momento social e político vivido pelo Exército brasileiro após a Proclamação da República. Propõe-se, ainda, levantar algumas hipóteses sobre os vestígios materiais recolhidos por oficiais militares que atuaram na repressão ao movimento do Contestado que fazem parte da reserva técnica do Museu Histórico Nacional. Tem-se como hipótese que as ideias de Barroso e dos militares convergiam em alguns aspectos, a saber, a valorização da história e da memória militar brasileira em um contexto de disputas pela reelaboração da memória nacional.