Revista de Economia Mackenzie (Oct 2016)

Investimento Direto Estrangeiro e Balanço de Pagamentos, no Brasil: 1994 a 2008

  • Douglas Alcantara Alencar,
  • Eduardo Strachman

Journal volume & issue
Vol. 13, no. 1
pp. 209 – 235

Abstract

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Quando a economia mundial se encontra em momentos de expansão, a liquidez internacional se expande e, com isso, os fluxos de capitais também, em direção os países periféricos. Porém, quando esses últimos países se envolvem com finanças especulativas, tornam-se vulneráveis, pois uma mudança de expectativas pode gerar um refluxo de capitais e provocar crises. Esse processo é coerente com uma abordagem da hipótese da instabilidade financeira de Minsky (1977), aplicada a um ambiente econômico aberto. Nos anos 1990, houve uma expansão da liquidez internacional e a reinserção da América Latina no Sistema Financeiro Internacional, sobretudo a partir do Plano Brady. Diversos países da região recorreram, então, a financiamentos externos. Contudo, a partir da crise mexicana de 1995, os fluxos de capitais passaram a ser, em grande parte, de Investimento direto extrangeiro (IDE). Alguns autores, entre eles Kregel (1996) e Laplane e Sarti (2002) passaram a questionar se o fluxo de IDE é um limitador ao crescimento econômico, a partir de uma análise do Balanço de Pagamentos. Ou seja, caso fosse estancado o fluxo de IDE e mantida a saída de capital proviniente desse IDE em períodos anteriores, poderia haver uma restrição ao crescimento, a partir do setor externo. O objetivo deste trabalho é identificar se há relação entre o investimento direto estrangeiro (IDE) e o crescimento de longo prazo, no período entre 1994 e 2008. Fez-se um levantamento das teorias acerca do tema, com uma modificação na abordagem proposta por Lima e Carvalho (2009).

Keywords