Revista Brasileira de Futsal e Futebol (Jun 2022)
A função tática causa interferência nas características morfológicas e metabólicas de futebolistas juniores brasileiros?
Abstract
Introdução: A posição tática no futebol requer demandas diferentes de trabalho, contudo, não tem sido investigada em função das dimensões morfológica e metabólica conjuntamente nas categorias de base. Objetivo: Comparar características antropométricas, de composição corporal e metabólicas de jogadores juniores de futebol conforme a posição tática. Materiais e Métodos: Em um estudo transversal, 26 futebolistas do sexo masculino da categoria juniores (15-18 anos) realizaram medidas antropométricas e testes de capacidade anaeróbia (Wingate) e de potência aeróbia (ergoespirometria). Um modelo robusto univariado (p<0,05) e o d de Cohen foram empregados na comparação das posições táticas. Resultados: Goleiros foram mais altos que laterais (p=0,033), meio-campistas (p=0,007) e atacantes (p=0,035). Adicionalmente, zagueiros foram mais altos que meio-campistas (p=0,031). Foram observados tamanhos de efeito pequenos a muito grandes da posição tática para as variáveis antropométricas e de composição corporal (0,54 ≤ d ≤ 2,10). Os laterais apresentaram maiores valores relativos V̇O2 comparados aos atacantes (p=0,008) e aos goleiros (p=0,042). O V̇O2 no limiar anaeróbio dos laterais também foi superior comparados aos atacantes (p=0,008) e aos goleiros (p=0,042). Foram observados tamanhos de efeito moderados a grandes da posição tática para as variáveis da ergoespirometria (1,18 ≤ d ≤ 1,76) e pequenos a grandes para as variáveis do teste de Wingate (0,37 ≤ d ≤ 1,10). Conclusão: O efeito das posições táticas em algumas variáveis antropométricas e metabólicas sugerem uma acentuada especialização de goleiros e laterais.