Contemporânea (Sep 2020)
Dançar, cantar, criar no compasso da liberdade
Abstract
Por meio da mobilização da diáspora africana como categoria analítica, apoiada no conceito/prática de décalage de Senghor, ressignificado por Edwards, e nas especulações de Du Bois acerca do significado e poder da estética como veículo tanto de crítica da modernidade quanto de possibilidade de instituição de uma subjetividade negra, o artigo torna possível reivindicar um outro quadro formal na investigação da política cultural negra, seja no período tido como “clássico” pela literatura para a política cultural negra (tudo o que está antes do século XX), seja no período moderno e pós-moderno (século XX em diante). Outra análise das “articulações”/produções culturais negras pode oferecer um quadro formal de análise que, por não estar assentado em ideias de inversão, autenticidade, nação e/ou retorno às raízes (no sentido de retorno a uma essência), é muito distinto do projeto poético/estético da negritude. Se há, como Stuart Hall sugere, uma relação entre projeções teóricas e identidade cultural negra, talvez se encontre nas práticas culturais negras, deslocadas de sua percepção como mero lazer, por exemplo, o samba-rock, mesmo sem garantias, mais uma possibilidade para avançarmos na análise e crítica da cultura política negra, no Brasil e na diáspora.
Keywords